tag:blogger.com,1999:blog-61476879914761922402024-03-19T01:17:24.397-03:00Música e Musicoterapia Música, Educação Musical e MusicoterapiaJosé Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-61291440607980395022023-12-22T15:54:00.001-03:002023-12-22T15:54:05.870-03:00A criança sonora<p>A Criança Sonora (2002)</p><p>José Henrique Nogueira Mestre Educação Musical / Musicoterapeuta </p><p>O universo infantil é sempre receptivo aos fenômenos sonoros. A vibração e alegria demonstrada pelas crianças quando estão produzindo som revela que tal atitude é da ordem do prazer e da emoção. Não há muitas dúvidas sobre esta íntima relação da criança de 0 a 6 anos de idade com o som, porém notamos que muito mais poderia ser alcançado nessa afinação criança/música se o próprio professor de turma se aventurasse a conhecer um pouco mais sobre este tema ─ que, vale lembrar, está nos referenciais para a educação infantil ─, lendo e ampliando seus conhecimentos e suas possibilidades de trabalho.</p><p>Quando a criança fica à vontade para produzir algum tipo de som, de certa maneira ela está começando a se conscientizar de que tal atitude proporciona interferências e sintonias de caráter intra e interpessoal ou social. Intrapessoal no que se refere à criança estar atenta às informações sonoras captadas, a partir daí construindo e elaborando, através de sinapses e “conexões emocionais”, sua futura habilidade de se relacionar e se comunicar com o mundo. Fazer som nos objetos, ou retirar som das coisas que estavam silenciosas, faz com que as crianças percebam que esta atitude sonora possui uma implicação social: chama a atenção de sua professora, de sua mãe, enfim, todo mundo a olha com satisfação ou com um certo desagrado. Assim, a criança percebe que, ao produzir som, está se envolvendo com outras pessoas, interferindo no ambiente à sua volta, dentro de uma sala de aula ou em casa, mexendo nas panelas da mãe.</p><p>Tais sistemas sonoros, embora um pouco difíceis de serem compreendidos, são parte integrante da construção dos sentidos e da identidade da pessoa. John Dewey (1954) foi um dos primeiros a alertar para importância da descoberta sonora pelas crianças, quando disse que “mesmo uma criancinha que esteja interessada em bater em um prato, com uma colher, não está empenhada somente em uma reação de excitação momentânea. O choque entre a colher e o prato produz certo som, que a criancinha acompanha, interessando-se por ele, justamente porque é o resultado de sua pancada na louça, e não um resultado indiferente.”(p.33)</p><p>É interessante observar em uma creche as crianças envolvidas com tambores, pandeiros, chocalhos, sucatas diversas na sala de aula. Algumas parecem entender que o som obtido por elas pode interagir com o som do amiguinho ao lado. E também percebem que há pessoas atentas para com sua atitude sonora. Enquanto isso, há aquelas que demoram a sair de um estado de observação intensa e ficam mais tempo vagando entre um instrumento e outro, observando o tambor, chupando o chocalho, até se darem conta de que estão ali reunidos para fazer som. Ou seja, com atenção podemos perceber, já na creche, aquelas crianças que ficam à vontade com a produção sonora.</p><p>O educador que atua com crianças de 0 a 2 anos deve se exercitar para aguçar ainda mais a sua percepção, pois estará inserido num ambiente onde haverá muita ação e pouca explicação. Todo movimento, todo som emitido, tudo deve ser observado, e isto só se consegue com um constante exercício de questionamento e atenção para alguns detalhes como: Qual a reação da criança ao produzir um som? Como ela segurou o instrumento? Com carinho? Com raiva? Com timidez? Com desenvoltura?</p><p>A música é um conteúdo presente nos referenciais da educação infantil e deve ser trabalhado pelo professor de turma com muita atenção. Quando uma criança, a partir de um gesto, produz um som, ela o faz em conexão com seu esforço corporal. A simultaneidade entre o movimento e o som que chegou aos seus ouvidos é algo muito simples e comum para o adulto, mas para o bebê parece ser um momento mágico. O som, e sua forma etérea de existir, dificulta a sua percepção, seu entendimento e, conseqüentemente, dificulta o trabalho daqueles que não são especialistas. É preciso entender o som como algo palpável e que toca as pessoas. Não somente um toque emocional, mas também físico, concreto; na verdade, são ondas mecânicas sensibilizando o corpo e o cérebro. Faz-se necessário oferecer às crianças pequenas uma maior oportunidade de conhecer a grande variedade de sons que os objetos (timbres) fornecem, para que haja um equilíbrio na supremacia dos estímulos visuais e tácteis que lhe são oferecidos.</p><p>A produção sonora das crianças é muito importante, pode ser obtida a partir de qualquer objeto (instrumentos de percussão, sucatas, etc.), e sempre vem acompanhada de um movimento. Observe que cada objeto fornece um movimento “sonoro corporal” diferente. O movimento do braço que alcança e sacode o chocalho preso ao berço, o tambor que é percutido com força, ou um objeto que é lançado distante na expectativa de resposta sonora poucos segundos depois, revelam que som e movimento estão interligados. O bebê ao deslocar um objeto do lugar, a voz da mãe ao acariciar seu filho, um momento de carinho entre pessoas… Muitos momentos da vida vêm acompanhados de uma expressão corporal e sonora.</p><p>Nas creches e pré-escolas o contato com a mãe é substituído pelas mãos dos profissionais de educação. Não é tarefa fácil fazer esta necessária transição, sabemos disso, mas acredito que a música possa ajudar a tornar o espaço da sala de aula mais alegre e comunicativo. O desenvolvimento musical/cultural do ser humano está intimamente ligado à faixa etária que vai de 0 a 6 anos. Cabe ao educador que trabalha com essas crianças acreditar que pode trabalhar melhor a música com elas.</p><p>O som adormecido toma vida com as atitudes das crianças. Quieto em seu berço, o bebê escuta sons das mais variadas fontes. Compartilha com sua mãe e pessoas afins uma perfeita harmonia entre o som e o movimento. Balbucia, grita, chora, ri e canta. A educação musical inicia-se com pesquisa sonora feita pelos bebês. Cantar mais, ampliar as fontes sonoras e valorizar os gestos das crianças são tarefas para os educadores atentos e pais compromissados com um melhor desenvolvimento de seus filhos.</p><p>……………………………………………………………………………………………………</p><p>Bibliografia</p><p>Dewey, John. Vida e Educação. São Paulo: Melhoramentos, 1954.</p>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-19042074335652085992023-09-27T07:11:00.002-03:002023-09-27T07:12:43.289-03:00Videoclipe URBANO 2<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">URBANO 2</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/yKUqCq80GWc" width="320" youtube-src-id="yKUqCq80GWc"></iframe></div><br />URBANO 2<p></p><p><br /></p><p>A música/vídeo Urbano 2 tem como “base sonora” o som da cidade do Rio de Janeiro gravado pelo designer sonoro francês Louis Dandrel (1939-2021) uma homenagem a ele e a outros tantos mestres que nos fizeram pensar além da música. </p><p>Mas também tem a “flauta mágica” e a organização sonora do músico David Ganc que transita e improvisa pelos graves e pelas esferas com magia e intimidade de quem conhece o Rio de Janeiro. A música composta por mim, quase minimalista, é dividida em três pequenas partes, permeada breves silêncios que são rapidamente preenchidos pela carga sonora do conjunto da obra.</p><p>Todo esse som foi visualmente decodificado pela magia do mestre na videoarte/colagem, Mauricio Planel, responsável pelas emoções e surpresas visuais que nos acompanham até final do vídeo. </p><p>Espero que curtam!! </p><p>José Henrique Nogueira</p>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-44084413137937399402023-09-08T06:01:00.001-03:002023-09-09T14:39:15.614-03:00Tire a máscara, quero aprender a falar.<h2 style="text-align: left;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: medium; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tire a máscara, quero aprender a falar</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">.</span></h2><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-18c0b574-7401-29c1-a5e4-edb5884ceb53" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 10pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdwtme0GQGHS-mAJaHE1GsDQoEcKUFmxfxxAdez7YeytkPyUn6fcqAeglfjGqUGZEM_qGPyYRySWW-1wU_3mYkoqIJ6kMrYvJRi9tTg9iEfS4s8eE_Xahw_0vN0_IJFspuYw3cY5AyKvmTfYsMUr-5G22ytJm-4otbPtaei8pnV3hOBPw7MW73WcAS4oFP/s600/3af29746-634c-4db1-951c-f0a1b27a3b17.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="600" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdwtme0GQGHS-mAJaHE1GsDQoEcKUFmxfxxAdez7YeytkPyUn6fcqAeglfjGqUGZEM_qGPyYRySWW-1wU_3mYkoqIJ6kMrYvJRi9tTg9iEfS4s8eE_Xahw_0vN0_IJFspuYw3cY5AyKvmTfYsMUr-5G22ytJm-4otbPtaei8pnV3hOBPw7MW73WcAS4oFP/s320/3af29746-634c-4db1-951c-f0a1b27a3b17.jpeg" width="320" /></a></div><br /><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-18c0b574-7401-29c1-a5e4-edb5884ceb53" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 10pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><h2 style="text-align: left;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline;">José Henrique Nogueira. </span></span><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Mestre em Educação Musical/Musicoterapeuta </span><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Pós-graduado em Construtivismo e Educação <br /></span><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Diretor do Espaço 23 (Música & Educação)</span></h2><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">As indicações de tratamento com musicoterapia cresceram muito nesses últimos anos, após a pandemia. Na minha clínica, no bairro das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, o Espaço 23, além das tradicionais indicações para Síndrome de Down, Alzheimer, autismo e outras condições, percebi uma maior procura de pessoas interessadas em conhecer outro tipo de terapia, ou mesmo vivenciar as possibilidades terapêuticas da musicoterapia.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Houve também uma procura acentuada de pais interessados em musicoterapia para seus filhos, em sua maioria crianças de 3 e 4 anos de idade, diagnosticadas dentro do espectro autista. Todas apresentavam dificuldades na linguagem, além de níveis relativos de hiperatividade e déficit de atenção.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Neste mesmo espaço de tempo, percebi que os veículos de comunicação e as mídias digitais passaram a divulgar um aumento significativo de casos de crianças com os mesmos sintomas relatados acima, atribuindo esse aumento aos dois anos de isolamento vividos durante a pandemia do coronavírus.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tais notícias e indicações chamaram minha atenção, e passei a refletir sobre os fatos. Fui elaborando ideias, passei a lembrar alguns autores que escreveram sobre o processo de desenvolvimento cognitivo de aquisição da fala e do canto do bebê; dentre os quais, Howard Gardner (1999), Daniel Stern (1992), Robert Jourdain (1998) e Jean Piaget (1971).</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Passei a escrever para organizar as ideias que me vinham sobre o desenvolvimento da fala dos bebês durante a pandemia. Um processo delicado, no qual ele entra em contato com a sua cultura. Aprende a falar ouvindo as ondas sonoras das vozes e também olhando atentamente as expressões faciais dos pais, dos familiares e amigos. Um momento único e fundamental para o desenvolvimento de todos nós.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Em meu artigo “Voz falada e voz cantada: o canto na educação infantil”, publicado no livro </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A práxis na formação de educadores infantis</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> (Souza & Borges, 2002)</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">, faço uma breve reflexão sobre o início da fala dos bebês e, à luz dos autores citados anteriormente, traço uma analogia entre voz falada e voz cantada. Certamente, tal lembrança me ajudou a reviver e a procurar alguns livros que estavam ligeiramente escondidos nesse vai e vem da vida.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No começo do processo de aquisição da fala, a expressão vocal sonora inicial do bebê, o balbucio, está, de certa forma, mais relacionada ao canto do que à fala propriamente dita. Robert Jourdain (1998: 93) relata assim: “aos poucos, surge algo bem diferente da linguagem, algo que o bebê, provavelmente, expressará através de sílabas aleatórias, em vez de palavras. É a canção.”</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A criança aprende a falar, assim como adquire outras habilidades, imitando o que ela ouve, observa, percebe, sente. A imitação é um processo básico nesta fase do seu desenvolvimento. Ela, com menos de dois anos, começa a desenvolver a fala, assim como outros domínios, observando e imitando as pessoas próximas.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A criança e seu cérebro em desenvolvimento captam as informações cinestésicas, sonoras e visuais que estão ao seu redor e se estrutura para enfrentar o mundo que está por vir e que nós conhecemos muito bem. Assim, inicia-se o processo de aquisição da linguagem, observando e repetindo aquilo que ouve e também aquilo que vê.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Para aprender a falar, o bebê capta os sons que vêm em sua direção, suas orelhas são radares, e ele já as direciona para a onda sonora que vem ao seu encontro. Simultaneamente, ele fixa seu olhar nos lábios, nos dentes, nas bochechas, nos movimentos da face daqueles que se aproximam dele.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando falamos com os bebês, utilizamos aquelas palavras e fonemas carinhosos, pronunciados, quase por instinto, num timbre mais agudo. É como se já estivéssemos pré-programados a fornecer às gerações que chegam um teatro facial sonoro necessário para que possam aprender a falar.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O psiquiatra Daniel Stern (1992), autor do famoso livro </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O mundo interpessoal do bebê</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">, descreve assim esse mecanismo de aprendizagem da fala: </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-left: 108pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">a própria fala, em uma situação natural, é uma configuração visual, assim como acústica, porque os lábios se movem. A capacidade de imitação aumenta consideravelmente quando os lábios podem ser vistos. Por volta de seis semanas, os bebês tendem a olhar mais estreitamente para os rostos que falam. Além disso, quando o som real produzido está em conflito com os movimentos dos lábios observados, a informação visual predomina em relação à auditiva. Em outras palavras, nós ouvimos aquilo que vemos, não aquilo que é dito. (Stern, 1992, p.44)</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Como foi o desenvolvimento dos bebês durante a pandemia? Essa foi minha primeira questão. Justamente no momento em que todo seu sistema nervoso se preparava para receber os estímulos do mundo, a vida parou, congelou, como se o projetor de imagem do cinema tivesse se quebrado. Mesmo nas poucas famílias que conseguiram se retirar para lugares mais distantes, sítios ou casas de praia, os bebês, ainda assim, perderam a oportunidade de entrar em contato com a diversidade de um mundo rico em sons, cenas, gestos, gente de todo tipo.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Minha segunda questão foi mais específica: como se deu o processo de aquisição da fala desses bebês que viveram no isolamento da pandemia, ouvindo sons vindos de faces cobertas de máscaras? Certamente, a qualidade sonora da voz ficou bem comprometida, abafada, sem brilho e impessoal. A articulação da boca e de toda a face, parte importante no processo de aprendizagem, por sua vez, ficou oculta, velada e impedida.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Todos ao redor, pais, irmãos estavam de máscara, inclusive os próprios bebês. E, depois, já no final da pandemia, quando passaram a frequentar as creches, lá também os profissionais usavam máscaras. Não foi uma tarefa fácil para os bebês que nasceram e/ou se desenvolveram durante esse período.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Este artigo não é uma constatação científica, nem mesmo parte de qualquer reflexão mais detalhada, fundada em alguma pesquisa de campo ou algo assim. Trata-se de uma observação, uma “inspiração” sobre fatos que me interessam e estão intimamente ligados ao meu trabalho e à minha vida.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Creio que, durante a pandemia, o processo de aquisição da fala, tão importante para a estruturação do indivíduo ao entrar no mundo, sofreu uma alteração daquilo que era naturalmente previsto. As máscaras modificaram, abafaram e tiraram o brilho, o calor e a sinceridade da pulsão da voz. O som, por sua vez, tinha origem numa face coberta, obstruída, impossibilitada, na qual não era possível perceber as expressões faciais. Acredito que tais fatores possam ter trazido certa dificuldade para o desenvolvimento de algumas crianças.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Há muitos anos venho atendendo, com musicoterapia, a todas as faixas etárias. Em meu atelier, convivo com vários tipos de síndromes e dificuldades. As crianças, que me inspiram, entram felizes quando abro a porta. Algumas já entram pulando, querendo brincar, cantar e experimentar. Ocupam o espaço com olhinhos brilhando, cheios de “vontade de mundo”.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quase sempre, agacho-me para recebê-las, tento, assim, olhá-las sempre nos olhos. A ideia é ficarmos sintonizados pelo olhar, pelo som que vem em nossa direção e, se possível, hipnotizados pelos movimentos de nossos rostos.</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Referências bibliográficas:</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">GARDNER, Howard. </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Arte, mente e cérebro</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">JOURDAIN, Robert. </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Música, cérebro e êxtase</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">PIAGET, Jean. </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A formação do símbolo na criança</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">SOUZA, Regina Celia e BORGES, Maria Fernanda. (orgs.) </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A práxis na formação de educadores infantis</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">STERN, Daniel. </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O mundo interpessoal do bebê</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.</span></p>————————<div><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-f8e793c1-7402-40b9-604e-9bcf3c1fd1ea" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> 1 SOUZA, Regina Celia e BORGES, Maria Fernanda. (orgs.) </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A práxis na formação de educadores infantis</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. </span></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-f8e793c1-7402-40b9-604e-9bcf3c1fd1ea" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">2 </span><span face="Arial, sans-serif" id="docs-internal-guid-92419141-7402-c296-5ebc-0498bc1e0f12" style="font-size: 10pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">JOURDAIN, Robert. </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Música, cérebro e êxtase</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. p. 93. </span></p></div>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-49831349890222518912023-08-19T04:54:00.003-03:002023-08-19T04:54:35.372-03:00NÃO QUERO TOCAR! EU QUERO DESENHAR!<p> <span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt; text-align: center;">NÃO QUERO TOCAR! EU QUERO DESENHAR!</span></p><div align="center" class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;"><i><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Os pais que tentaram transferir seus desejos musicais para a filha.</span></i><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxHn9Jp4p4b28fEzBCatkDLkPcp2ozKDMgmniMvKoLEL-kbPivHJFAUByYAT9xO87cqeQiNK3AJwkrHACj2XTSQ9_lmPAzpWzV40sc69aSHVwsk4ez2mGxE5mk9PmgE-_9O1e9JV9d-mFa/s1600/JH.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="749" data-original-width="750" height="199" id="id_fae5_3752_1d37_5e88" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxHn9Jp4p4b28fEzBCatkDLkPcp2ozKDMgmniMvKoLEL-kbPivHJFAUByYAT9xO87cqeQiNK3AJwkrHACj2XTSQ9_lmPAzpWzV40sc69aSHVwsk4ez2mGxE5mk9PmgE-_9O1e9JV9d-mFa/s200/JH.jpg" style="height: auto; width: 200px;" width="200" /></a></div><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">José Henrique Nogueira</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 10pt;">Musicoterapeuta </span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 10pt;">Mestre Educação Musical</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 10pt;">Pós Graduado em Construtivismo e Educação</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span><br /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 10pt;">Diretor do Espaço Musical 23-Rio de Janeiro</span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 12pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Não me lembro direito o dia que aconteceu, afinal, depois de 12 anos a frente do Espaço Musical 23, acolhi, ouvi e trabalhei diversos desejos, passagens, frustrações musicais que sempre começam com uma boa e necessária conversa. E não foi diferente neste breve caso que vou relatar agora, não fosse o fato de que a menina que marcou o horário para conversar e conhecer o Espaço 23, lá esteve conforme combinado, entrou, trocamos algumas ideias, tocou alguns instrumentos, se despediu e nunca mais voltou. Mas apesar desse rápido encontro, tenho certeza que o trabalho foi muito bem realizado. Uma das melhores aulas da minha vida. Aula boa é aquela que o professor também aprende, se enriquece com o sofrimento e alegrias dos seus alunos, com qualquer faixa etária. Foi assim que aconteceu.</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Ela tinha apenas 16 anos e foi ao Espaço 23 depois de um telefonema de sua mãe marcando comigo para que sua filha viesse conversar e conhecer o meu atelier e a proposta. Soube do meu trabalho por intermédio de amigos. Cheguei a perguntar pra mãe se em casa alguém tocava algum tipo de instrumento. Porém a negativa apressada, com certa ansiedade, de certa forma me cortando, na hora me pareceu apenas a pressa dos dias atuais. Mas tal desconforto, sobre minha pergunta: “- em casa alguém toca um instrumento musical?”, só pude entender e decifrar no final desse encontro.</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;"> Chegou na hora marcada. Eram 15 horas aproximadamente do mês de Dezembro, o sol estava queimando lá fora e ao entrar percebeu que o ar refrigerado estava funcionando muito bem. Sentou-se na cadeira que eu havia deixado já preparada para ela, o som ambiente escolhido foi Beatles instrumental. </span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Sentou-se, e como sempre, começo perguntando se mora perto do estudio, se teve dificuldade de encontrar (meu estúdio é ligeiramente escondido), onde estuda, e aos poucos vou adentrando no tema que a levou a me procurar. A lembrar: a aprendizagem de um instrumento musical; violão ou teclado, pelo menos foi assim por telefone que sua mãe me falou. Aos poucos a conversa já girava em torno da música. Grupos, cantores e Djs que permeiam a juventude. Como recebo muitos adolescentes consigo trocar uma conversa sobre a cultura musical desta faixa etária com certa desenvoltura. Faltava entrar no tema em questão: a aprendizagem de um instrumento musical.</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><ul style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Pois então professor, (disse ela) na verdade estou aqui porque minha mãe e meu pai querem muito que eu aprenda um instrumento. <o:p></o:p></span></li></ul><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Até então tudo certo. São inúmeros casos de procura no Espaço 23 para aprendizagem e prática de algum instrumento. De certa forma, como o espaço possibilita o acesso a vários instrumentos, para que o aluno possa entrar em contato, achava até então tudo iria correr tranqüilo não fosse o fato que ela assim que manuseou o violão, depois foi ao teclado e tocou a escala de Dó e por fim foi batería fazer um som livre em suas peças; em todos esses instrumentos ela tocou com muita cerimônia e desconforto. Logo percebi que teríamos um trabalho minucioso e longo pela frente. Nos sentamos e quando eu ia retomar um assunto, ela se antecipou e comentou assim:</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><ul style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Professor você já deve ter percebido que estou aqui mais por desejo dos meu país do que o meu próprio. Não tomei a iniciativa, não queria, nunca encostei nos instrumentos dos meus pais que estão guardados lá em casa.<o:p></o:p></span></li></ul><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Nesse momento surgia uma outra menina em minha frente. Outras informações estavam surgindo “instrumentos em casa”. Me organizei e me posicionei para deixá-la ao máximo à vontade para ela poder elaborar melhor sua fala.</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><ul style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Ah…! Então eles já tocaram, E ainda guardam seus instrumentos em casa. Comentei.<o:p></o:p></span></li></ul><ul style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Dois instrumentos! Um teclado da minha mãe da época que tocava e o violão do meu pai que também antes de casar ter filhos. Entre eles eu. Tenho um irmão menor professor.<o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Certo, certo, continue <o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Então. Eu fico assim sem saber o que fazer. Pensa só: Se tocar um instrumentos é tão bom assim, porque então pararam? Porque então eles não vieram para cá no meu lugar. Até entendo o valor da música na vida das pessoas. No colégio onde estudei tocava super bem flauta-doce, mas gostava mais da aula de arte. Gosto mesmo de desenhar. Ficar quietinha, em silêncio rabiscando meus cadernos,<o:p></o:p></span></li></ul><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Acho que o leitor já deve ter entendido que o encontro está chegando ao seu final. Os pais não haviam dito nada sobre seus instrumentos, ficando agora claro a pressa da mãe em desconversar este assunto, lá em minha conversa inicial. É muito comum o pai ou a mãe interromperem suas atividades musicais assim que casam. Vários motivos são alegados: falta de tempo, necessidade de trabalho, a insatisfação do(a) companheiro(a). Mas casos assim do casal cessar suas atividades musicais é mais raro. Fico pensando: a música suscita alguns sentimentos e fantasias que muitas das vezes podem ir de encontro a aquela proposta nova de união. Um pacto silencioso que pode trazer questões delicadas ao futuro do casal. Não entrevistei o casal, apenas estou costurando sobre inúmeros casos que aqui atendo de adultos que interromperam suas atividades musicais e que me procuram para reiniciar o contato com seu instrumento. O contato com lembranças prazerosas, com a alegria, fantasias, com o mundo subjetivo que a música oferece pode incomodar. Retomar esses sentimentos através da música pode suscitar, remexer sentimentos que muitas das vezes foram deliberadamente reprimidos, porém inconscientemente guardados com inúmeros afetos e desejos. O caso desses pais, que cobraram da filha, impuseram um desejo que não era dela, de certa forma transferiram para a filha uma parcela de um mundo recalcado, silencioso e velado para o casal, na esperança de aliviar um desconforto de ambos.</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="-webkit-text-size-adjust: auto; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 14pt;">Eu não entrei em contato com os pais depois deste encontro. Enviei uma mensagem de texto relatando um pouco do meu encontro com a filha, comentei sobre as observações maduras e sinceras da filha acerca do seu “não desejo” pela música. Achei necessário expor, de forma breve, a reflexão da filha sobre os instrumentos musicais parados em casa, porém não entrei nos detalhes, nem tampouco sugeri que voltassem a tocar. Agradeci. Me coloquei ao dispor da família. Me despedi. Nunca mais soube deles. Espero que os pais estejam tocando a vida. E a menina...desenhando suas fantasias e desejos. </span></div>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-6738207843029529562023-08-19T04:52:00.005-03:002023-08-19T04:52:35.464-03:00Um passeio cheio de sons.<p> <span style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-family: Helvetica; font-size: 23pt;">🌿</span><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; caret-color: rgb(69, 69, 69); color: #454545; font-family: Helvetica; font-size: 30.666666px;"> Um passeio cheio de sons.</span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-stretch: normal; line-height: normal;"></p><div style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-family: Helvetica;"><img alt="" id="id_42f8_eaca_6f0e_ff05" src="https://lh3.googleusercontent.com/-aLJJBfa1fJc/WgJeBmXmGKI/AAAAAAAAUsg/31zjhVTr_FE5o4TJotC3tzpBD8mOk2YtQCHMYCw/s5000/%255BUNSET%255D" style="height: auto; width: 353px;" title="" tooltip="" /></div><div style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></div><p style="-webkit-text-size-adjust: auto;"></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">Enquanto o sol ofuscava seu olhar, no outro hemisfério a água fria banhava seus pés.</span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">Perdida e feliz entre tantas sensações, seguia apenas seguindo, esquecida de seus sentimentos que ainda transbordavam seu coração. </span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">Caminhava saboreando o que a vida lhe dava de presente, sabendo que ali na beira d’água, ela era feliz ao som das conchas quebradas que iam e voltavam na areia.</span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 27.4px;"><span style="font-size: 23pt;"></span><br /></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">Aproveitando o descuido de suas aflições que haviam desaparecido por alguns instantes, deixou-se encantar pelas gaivotas loucas que brincavam de mergulhar no mar. </span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">O som branco das ondas que quebravam distantes da praia, à fizeram sentar para escutar com acuidade este ruído que lhe parecia silencioso. </span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">Assim ficou por alguns longos segundos...Inesperadamente seus olhos fecharam; só voltaram a abrir quando uma fina camada de água fria alcançou sua pele branca.</span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">Embora abertos, seus olhos demoraram a perceber que ao seu redor crianças gritavam de alegria, e corriam em direção ao mar como se o vissem sempre pela primeira vez.</span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;">Levantou e partiu levando com ela o som de suas dúvidas que persistiam voltar.</span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-size: 23pt;"><br /></span></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><b>José Henrique Nogueira</b></p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 27.4px;">Mestre em Educação Musical</p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 27.4px;">Musicoterapeuta</p><p style="-webkit-text-size-adjust: auto; color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 27.4px;">Compositor</p>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-81170727804454950052023-05-04T22:59:00.001-03:002023-05-07T18:48:29.156-03:00Reflexões poética/musicais: Música e Alzheimer. <p dir="ltr" id="docs-internal-guid-00135246-e9a1-3a5f-d97f-10031a62abda" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-00135246-e9a1-3a5f-d97f-10031a62abda" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span id="docs-internal-guid-6311e193-e9a1-c33b-bbc2-d2e99566eb90" style="color: blue; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 400; vertical-align: baseline;"><span style="border: medium; display: inline-block; height: 266px; overflow: hidden; width: 400px;"><img height="266.0" src="https://lh5.googleusercontent.com/9QTi_6wCmTEgxBoYxY5pArDeclgvUkaOxUwd_wEKrgVO_Q0J4amvrBI0uoEFKDxtNM09b_MAPN_dsJ45PaaYNM348pGLopB48UjZc1X8T4UXby4vGsckYn-elpvR_2Z1l_VsEVz-P11oyx2QXI3y" style="margin-left: 0px; margin-top: 0px;" width="400.0" /></span></span></span></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-00135246-e9a1-3a5f-d97f-10031a62abda" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-00135246-e9a1-3a5f-d97f-10031a62abda" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> José Henrique Nogueira</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto; text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Há muitos anos venho trabalhando “Música e Alzheimer” aqui no meu ateliê, o Espaço 23. Ao longo desse tempo, venho fazendo anotações sobre minha prática. Fatos interessantes que acontecem durante nossos encontros, ideias para atividades futuras, enfim, anotações que me auxiliam em meus planejamentos.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Porém, em paralelo a essas anotações diretamente ligadas aos atendimentos de musicoterapia, por algum bom motivo, elaborei reflexões um pouco mais profundas e pessoais, que aqui denominei de "poéticas/musicais", que ajudaram a me revigorar e me motivar durante esse trabalho tão bonito, porém, muito intenso e complexo. Ao todo, são sete (Ritornello; Silêncio; Memória; Expressão; Estética; Música e Dança) pequenos textos com temas diferentes, que estão diretamente relacionados e vivenciados na minha prática.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ritornello</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Nada mais torturante, ou interessante, que a repetição contínua de um som em intervalos regulares e contínuos num longo período de tempo. A repetição inebria, mas também pode calcificar as possibilidades musicais. O músico vive a repetição para chegar ao virtuose. O bailarino repete centenas de vezes o mínimo gesto em busca da perfeição. É viver próximo da angústia do </span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">ritornello</span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> sem fim. Esse “fenômeno” também acontece em meus encontros musicais com pacientes com Alzheimer. Muitas vezes vivemos a repetição de uma melodia, de um ritmo. Tento sair do círculo improvisando sobre ele. Ornamento e crio procurando uma saída. Vivemos um eterno retorno à tônica na continuidade de um arpejo. Alterno a posição da tônica, o que de certa forma me traz uma sensação prazerosa. Outro tom, outro mundo, outra viagem. Interfiro sobre os arpejos com improvisos, embora não saiba bem ao certo a que servem, se estão propiciando algum prazer. Se estão apenas satisfazendo meu incômodo. Arpejos, mudanças de tônicas e improvisos. Improvisos, mudanças de tônicas e arpejos. Mudanças de tônicas, arpejos e improvisos. Sem perceber, estamos em círculo. A vida é circular, espiral sem fim.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Silêncio</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O silêncio é na verdade quem rege nossa relação. A sintonia entre o indizível e o impensável. A fina camada que sustenta nossa parceria. Os olhos expressam nossa melodia com possibilidades de chuva e de tempestade. Não sei por que o silêncio entre nossas palavras não ditas parece tão revelador. No contínuo fervor do trabalho, não percebo o quanto recebo. Muitas das vezes não paro para refletir: sigo com a música da mesma forma como se estivesse respirando, apenas respirando. Acompanho o adormecer lento de sua fala, dos gestos, dos cantos e dos movimentos. Quando paro, reflito sobre meus excessos, sobre minha ansiedade. Do olhar, retiro a alegria, a certeza e a certeza de seguir em silêncio. Silêncio que também é música.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto; text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Memória</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Não lembro mais quantos encontros e alegrias tivemos. Depois de tantos minutos juntos com a música, parece que escrevemos uma sinfonia, ou melhor, uma ópera. Tudo começou com uma retrospectiva sobre o passado, uma entrevista buscando peças para organizar os quebra-cabeças durante os atendimentos. A memória eram os nomes, as palavras, letras das músicas e melodias. Fatos marcantes vêm à tona, emergem, respiram e voltam a mergulhar. Faço uma analogia com os cachalotes, que, depois de cumprirem seu tempo na superfície do oceano, mergulham verticalmente nas profundezas do mar, numa atitude aparentemente inexplicável. Assim é o vai e vem e vai da memória, que parece acontecer no Alzheimer. As lembranças musicais precisam ser rapidamente resgatadas para fazerem parte da relação. Emociona saber que a música se mantém presente mesmo quando a fala se vai. Ela, a música, e tudo o mais que possa ser entendido como música são expressões sutis que os pacientes nos emitem, buscando no tênue fio que ainda existe de sadio entre nós. É importante criar um novo sistema de radar para interceptar as nuances das respostas da memória. A música está no olhar, na respiração, na impossibilidade, no silêncio.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto; text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Estética</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Nunca segui uma linha, uma tendência, um gênero musical como se fosse algo que representasse minha personalidade. Minha estética sempre esteve escorada em alguns parâmetros, como coerência, poesia, acabamento e clareza. Na verdade sempre vivi em momentos: momentos italianos, momentos ingleses, momentos baianos, momento cearenses, momentos blues, momentos clássicos, momentos ruídos e silêncios, sempre fui plural e também muito curioso. Talvez essa colcha de retalhos, esse ouvido multifacetado tenha me facilitado entender e conviver com os gostos alheios sem nenhum crivo estético. Aceito a música que vem do outro sem nenhum desgaste, pois sei que será com ela e através dela que faremos nossas trocas e tentaremos entrar em sintonia. O canto desafinado me interessa, as melodias mal tocadas trazem informações, o ritmo inconstante ou repetitivo faz parte dessa festa, o grito, o grunhido, o gutural são necessários e de difíceis leituras, principalmente pelo estranhamento estético. Para trabalhar com musicoterapia, para se utilizar a música com finalidade terapêutica é necessário aventurar-se em várias direções sonoras e musicais. Embarcar numa viagem, sem medo, muitas vezes sem volta.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto; text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Música</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Numa situação terapêutica, é preciso sondar, revirar, procurar como a música perpassa a história da pessoa. Camuflada na impossibilidade de ser cantada ou tocada, faz-se uso do apoio familiar para traçarmos um histórico musical. A música permeia a relação, cria o elo entre as duas partes. Conhecer a história musical, os compositores e músicos que encantaram a outra pessoa significa compartilhar suas emoções, vibrar com seus momentos felizes, silenciar com suas perdas, respeitar seus mitos. Significa redescobrir a tenra infância, perpassar a meninice, emaranhar-se na adolescência, emocionar-se quando adulto e refletir em melodias silenciosas na velhice. Quando a melodia começa a ficar repleta de pausas é o momento de observar os pequenos gestos, os pequenos detalhes: seja um dedo mínimo se movendo ritmicamente, uma fração melódica vinda dos lábios, um olhar ligeiro que ainda brilha, um suspiro profundo de prazer. As musas, muito mais do que as técnicas, saem e sobrevoam nossos encontros. Música é pura emoção.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto; text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Expressão</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Assustado fiquei, quando, ainda pequeno, vi passar um garrafeiro com seu burro sem rabo em Niterói. Me lembro, embora lembranças pareçam sonhos, de que me escondi por detrás das pernas compridas do meu pai. Ele, percebendo meu desconforto, imediatamente se agachou e olhando nos meus olhos, disse: - Escute, filho, ele está assoviando... quem assovia pela vida tem um coração bom. Nunca mais esqueci esse ensinamento e, dali por diante, esse fato acabou me servindo para nortear e minuciar minha atenção às expressões musicais das pessoas. É assim a vida, são fatos, muitas vezes da infância, que acabam por dirigir nossos interesses e desejos. Gosto de colocar música na vida das pessoas. Gosto de observar os detalhes, as manias sonoras e musicais que cada um carrega em suas atitudes. Algumas personalidades são de poucas notas, um bater de pé, um dedo batendo na mesa, um balançar de cabeça, um fechar de olhos silenciosos. Outras são ruidosas, passam marcando seu território com músicas e sons, demonstrando maior intimidade com essa forma de expressão. É com essa atenção que vou seguindo os resquícios expressivos que vão sendo apresentados pelos portadores de Alzheimer. O declínio evidente das manifestações expressivas não significa que devemos deixar de trabalhá-las e de incentivá-las, de continuarmos acreditando na influência da música na misteriosa fisiologia cerebral que nos mantém vivos.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto; text-size-adjust: auto;" /><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Dança</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.295; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 13.5pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quem veio primeiro, o som ou o movimento? O gesto, o passo, o pulo, a queda, o atirar-se no espaço sugerem sons ou são apenas movimentos silenciosos? Inspiradora essa relação do som com o movimento, porém quando saímos da esfera subjetiva e partimos para a prática da dança, as coisas mudam de figura. É muito difícil soltar as amarras do corpo. O outro que nos olha e que não existe parece proibir, cercear as possibilidades corporais no espaço. Numa relação terapêutica musical, há um momento em que o som por si só não basta, ele pede o gesto, o movimento e convida a dançar. E assim, dançamos. Algumas vezes ao som de suas músicas prediletas e outras sugeridas por mim. Escolho aquelas que criam um ambiente favorável para que este corpo que carrego livre-se dos preconceitos e das impossibilidades e interaja com o espírito feminino que pede para dançar. Terpsícore, na mitologia grega, a musa da dança, gosta de atenção, galanteios, elogios, carinho, alegria e principalmente de diversão. Minhas alunas com Alzheimer certamente continuarão gostando de dançar enquanto puderem. E mesmo depois que a imobilidade do mínimo gesto se instaurar, o som, ainda presente, poderá trazer as lembranças do balé, do arrasta-pé, da valsa, dos bailes da vida. Trabalhamos não para resgatar o que se perdeu, investimos sobre o que existe de saudável percebido ou imaginado. É preciso e imprescindível dançar!</span></p> José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-26520700647489787952023-04-02T10:47:00.001-03:002023-05-07T18:41:40.872-03:00Você sabe assobiar?<p> <span class="s3" style="font-size: 14px; font-weight: bold; line-height: 16.8px; text-align: center;"><span class="bumpedFont15" style="font-size: 1.5em; line-height: 25.2px;">MEMÓRIA </span></span><span class="s3" style="font-size: 14px; font-weight: bold; line-height: 16.8px; text-align: center;"><span class="bumpedFont15" style="font-size: 1.5em; line-height: 25.2px;">MUSICAL</span></span></p><p class="s4" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 12px; margin-top: 6px; text-align: center;"><span style="font-size: 1.5em; font-weight: bold; text-align: right;">José Henrique Nogueira</span></p><p class="s7" style="line-height: 21.6px; margin-bottom: 12px; margin-left: 35px; margin-top: 6px; text-align: center;"><i><span style="font-size: x-small;"><span class="s6" style="line-height: 16.8px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 25.2px;">Musicoterapeuta</span></span><span class="s6" style="line-height: 16.8px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 25.2px;"> e mestre em educação musical pelo </span></span></span></i><i><span style="font-size: x-small;"><span class="s6" style="line-height: 16.8px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 25.2px;">Conservatório Brasileiro de Música</span></span><span class="s6" style="line-height: 16.8px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 25.2px;"> (CBM-CEU)</span></span><span class="s6" style="line-height: 16.8px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 25.2px;">.L</span></span></span></i></p><p class="s7" style="line-height: 21.6px; margin-bottom: 12px; margin-left: 35px; margin-top: 6px; text-align: center;"><span style="font-weight: bold; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="font-size: large;">Você sabe assobiar?</span></span></p><p class="s7" style="line-height: 21.6px; margin-bottom: 12px; margin-left: 35px; margin-top: 6px; text-align: center;"><span style="font-weight: bold; text-align: justify; text-indent: 35px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-weight: bold; text-align: justify; text-indent: 35px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAQIJRRWU91dMsMgdSgN0i6frIEX_y2z9pNPi2Oi6PmaHk1jzANJbkszbqyeYbZSDm-bOu6MCOyjuKUoViamVms6H6nXkBYNuWSdD2hP3DkcXM6BAMLL0EVLSTHZM8FFm2JaoZ-tr9YH40-UtRiRE_MbB8smKfMJj9pzE-RC4jRmZ_30LNYTrQtVF2g/s960/47B53AAE-4275-45D0-8D57-094C54D59B2A.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAQIJRRWU91dMsMgdSgN0i6frIEX_y2z9pNPi2Oi6PmaHk1jzANJbkszbqyeYbZSDm-bOu6MCOyjuKUoViamVms6H6nXkBYNuWSdD2hP3DkcXM6BAMLL0EVLSTHZM8FFm2JaoZ-tr9YH40-UtRiRE_MbB8smKfMJj9pzE-RC4jRmZ_30LNYTrQtVF2g/s320/47B53AAE-4275-45D0-8D57-094C54D59B2A.jpeg" width="320" /></a></span></div><span style="font-weight: bold; text-align: justify; text-indent: 35px;"><br /><span style="font-size: large;"><br /></span></span><p></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Eu vivi uma época em que muitos assoviavam e cultivava-se o hábito de pesquisar diferentes possibilidades sonoras do assobio.</span><span style="line-height: 21.6px;"> </span><span style="line-height: 21.6px;">Era comum, para mim, ouvir o silvo do assovio do meu pai, preenchendo com lindas melodias, o silêncio bucólico das tardes dos finais de semana. Ele assobiava em momentos de breves trabalhos domésticos: trocando uma lâmpada, serrando uma madeira, apertando um parafuso, enfim parece que o assovio criava um ambiente sonoro propício ao trabalho e ajudava passar o tempo. </span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Também era comum escutar o seu assovio quando chegava a noite em casa do trabalho. Era uma breve e ritmada melodia (</span><span style="line-height: 21.6px;">ostinato</span><span style="line-height: 21.6px;">) específico com 2 ou 3 notas no máximo, como se fosse uma marca sonora que </span><span style="line-height: 21.6px;">anunciava a</span><span style="line-height: 21.6px;"> sua chegada.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Os meus tios, irmãos no meu pai, também cultivavam esse hábito. Assoviava-se na janela olhando os transeuntes passando pela rua, na mesa naquele momento de “tristeza” pós refeições, geralmente belas e breves melodias que tive a sorte de conviver, ouvir, agora lembrar e escrever, que é como se estivesse ouvindo novamente.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Quando menino eu e meus amigos assoviávamos com prazer, aparentemente por pura brincadeira. Mas hoje penso </span><span style="line-height: 21.6px;">que poderíamos</span><span style="line-height: 21.6px;"> estar demarcando nosso território sem saber. Na rua onde morei assoviávamos para chamar os amigos em suas casas, </span><span style="line-height: 21.6px;">pela ruas</span><span style="line-height: 21.6px;"> e calçadas. Tínhamos os assobios comuns ao nosso grupo</span><span style="line-height: 21.6px;">, a</span><span style="line-height: 21.6px;">contecia sem </span><span style="line-height: 21.6px;">nenhuma tipo</span><span style="line-height: 21.6px;"> de planejamento, </span><span style="line-height: 21.6px;">quando víamos, ou melhor ouvíamos, o assobio, nossa marca, patente sonora já havia sido definida.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">É importante lembrar que estou falando de uma região onde os prédios eram baixos, quatro andares quase sempre e alguns como eu, moravam em casas que não havia interfone para anunciar a chegada. Casas usavam campainhas, prédios tinham campainhas para chamar o porteiro ou zelador quando a portaria estava fechada e era comum todos olharem de suas janelas para verem quem tocava. A brincadeira sonora de tocar a campainha e sair correndo, devo confessar era uma saudável estripulia que nos proporciona muita alegria.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">O assobio tinha uma função de chamado, de aproximação e de comunicação. Chamávamos também as meninas, assim como nossas namoradas que apareciam na janela com vigor, com o sorriso estampado e antecipado pois já sabiam quem iriam encontrar.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Embora tivéssemos o assovio comum do grupo, cada um também tinha seu tipo de assobio. Era comum ficarmos procurando por timbres diferentes a partir de técnicas diversas; com os dedos das mãos, comprimindo os lábios e a língua, com a mão em forma de concha. Enfim, sem nos darmos conta, além da alegria do momento, marcava-se o nosso território, pois certamente o som era ouvido ao longe. Muitas das vezes, algumas delas no silêncio da noite, assobiávamos de casa, na janela, no portão e outros assobios em respostas eram ouvidos. Alguns deles podíamos reconhecer como sendo de nossos amigos, outros não, pois havia aqueles assobios que vinham com o som bem fraquinho pois estavam bem </span><span style="line-height: 21.6px;">distante</span><span style="line-height: 21.6px;">, de outras ruas, outros meninos, outros territórios sonoros.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Meus assobios são esses: o tradicional fazendo bico; com este consigo fazer melodias. Sei também utilizando quatro dedos, indicador e médio de cada mão. Eu consigo também assoviar utilizando dois dedos um de cada mão: só dois indicadores, dois médio, até os mindinhos. Com os dois polegares não consigo.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Com muito orgulho assobio com a mão em forma de concha. Com essa técnica consigo variar as alturas os sons, graves e agudos. Conseguia, na época, com a mão em forma de concha com os dedos cruzados, um som único, com pouca alteração na altura do som.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Cheguei a ver alguns assoviando com um dedo só, outros assoviando comprimindo os lábios, alguns com a língua pra fora enrolada. Certamente existem muitas outras técnicas de assobios.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Ao longo desses anos trabalhando em instituições de ensino pouco ouvi as crianças brincando de assoviar, fora alguns momentos das minhas aulas de música que estimulava esta prática sonora.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Fiz questão de ensinar as minhas duas filhas a assoviar ainda pequenas. Assoviam até hoje. Conseguem elaborar pequenas melodias e particularmente me sinto muito feliz e orgulhoso por terem adquirido esta habilidade.</span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Certamente o assobio ainda continua sendo um hábito cultivado. Alguns povos ainda </span><span style="line-height: 21.6px;">se comunicam</span><span style="line-height: 21.6px;"> através dele, algumas pessoas principalmente os que vivem fora dos centros urbanos, conseguem imitar os pássaros com muita perfeição. Mas não resta dúvida que esta habilidade sonora vem perdendo seu prestígio. Com isso, o som do assobio, deixa de fazer parte do território sonoro que ocupava. Da mesma maneira que o som do amolador de facas, as vozes dos ambulantes com os seus “pregões”, assim como tantos outros que vem sendo silenciados. </span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">O primitivismo sonoro presente no assobio nos conecta aos nossos ancestrais, possivelmente os pássaros nos inspiraram, ou simplesmente o acaso de um sopro proporcionou uma sonoridade que instigou a curiosidade humana e fez surgir esta maravilhosa e pouco explorada habilidade sonora; o assobio. </span></p><p class="s13" style="font-size: 18px; line-height: 1.8; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify; text-indent: 35px;"><span style="line-height: 21.6px;">Você sabe assobiar?</span></p>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-22150918016117442972022-11-05T04:18:00.001-03:002022-11-05T07:46:36.925-03:00Música no Currículo Escolar (José Henrique Nogueira)<p dir="ltr" id="docs-internal-guid-99e84c21-7fff-9cac-1741-8d1c6fa4547c" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: center; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Música no Currículo Escolar</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: center; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Especificidade e Interdisciplinaridade</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: center; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">(José Henrique Nogueira)</span></p><div><br></div><div>“Escrevi esse texto há 10 anos atrás. Não revisei, apenas li novamente. Achei importante compartilhar, devido ao fato de que existem pontos muito mais relevantes e atuais do que outros já ultrapassados na minha concepção.”</div><img id="id_3582_1d41_9a6d_fe2d" src="https://lh3.googleusercontent.com/2c5Uj7Ou_CTsZy9Uz8JPp3eoxKLpZo2ilHCTBoMOlH1ug0UmUO_I679pOI2IKS0HkPY" alt="" title="" tooltip="" style="width: 315px; height: auto;"><br><br><br><div><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A música pode oferecer encontros com outras disciplinas ou participar de estratégia de ensino de certos conteúdos como: períodos históricos, linguagem, outras culturas, ciências etc. Pode fazer parte do processo de alfabetização, trazer o elemento lúdico/motivador para a aquisição de conhecimento da educação infantil ao ensino médio, servir como fonte de pesquisa para o próprio professor, e ainda participar de projetos com enfoques interdisciplinares. Segundo o sociólo George Snyders (1992), o ensino da música pode dar um impulso exemplar à interdisciplinaridade, fazendo “vibrar o belo em áreas escolares cada vez mais extensas”. Com esta citação o autor amplia o conceito e nos leva para uma discussão em que deixa de ser o simples intercâmbio dos conteúdos das disciplinas e passa a postular algo menos visível aos nossos olhos. Aponta para a importância da música como agente motivador, por proporcionar e promover uma emoção vibrante e contagiante. Precisamos nos emocionar com a aquisição do conhecimento. </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">As ligações da música com outras disciplinas não serviriam apenas para ilustrar, ou criar uma ambientação histórica, mas também para ampliar a beleza de uma aula, a “estética de um espaço do conhecimento”. É esta interdisciplinaridade que também deve ser levada em conta, a troca daquilo que cada disciplina traz inserida em seu “espírito” de mais belo, e que pudesse ser capaz de “co-mover” e motivar os alunos. Segundo Jurjo Torres Santomé, os conteúdos curriculares estão devidamente estruturados em disciplinas com suas especificidades bem definidas desde o início do século XIX, quando começou a prática de diferenciação do conhecimento em uma multiplicidade de disciplinas autônomas. Mas se todos aqueles que trabalham na educação se sentissem responsáveis não apenas pela sua disciplina ou por sua atividade específica, e que outras áreas do conhecimento viessem a ser observadas e utilizadas na sua prática, talvez estivessem favorecendo as especificidades alheias, criando assim, uma sensação de unidade na educação. </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A especialização das disciplinas foi um processo que aconteceu no decorrer da história da educação, nos tempos antigos, as humanidades e as ciências não eram vistas como estanques como parecem hoje, havia uma íntima relação entre matemática e a música, a filosofia e a física, assim como conteúdos éticos, religiosos e mágicos no estudo da astronomia e da química. Houve perdas neste processo, e uma delas o isolamento do conhecimento específico, que é o enclausuramento das diversas disciplinas em territórios isolados, muitas vezes excessivamente protegidos.</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sabemos que a música possui suas especificidades e que estas podem muito bem se adptar numa estrutura curricular da escola regular. Ela, a música, possui conteúdos de sobra para permear os currículos desde a mais tenra infancia até a juventude do atual ensino médio. Idéias não faltam de incluir a música na estrutura curricular, algumas escolas se orgulham de possuir propostas que funcionam, outras lamentam não terem conseguido ainda. A organização, a sistematização em estruturas do pensamento, é uma necessidade, não diria natural, mas cultural do ser humano, e a escola, sabe muito bem oferecer estas estruturas gradativas do conhecimento, talvez uma de suas virtudes, mas certamente uma de suas funções, que vai de encontro com a necessidade de estruturação de toda a sociedade. A impressionante “engrenagem” da escola, é muito complexa e se repete há muitos anos, e para se entrar dentro dela, requer habilidade e também discernimento de que poderá haver perdas, principalmente as criativas, em nome da ordem e da organização necessária para a contínua e veloz marcha escolar, que não possui muita paciência para demoradas reflexões. Me remeto a brincadeira de pular corda, onde aquele que está fora e quer entrar, precisa entrar no ritmo constante e incessante da corda, assim a escola também gira, e para entrar neste compasso é preciso encontrar o tempo certo, o pulo, e por fim a paciência, o interesse e muitas das vezes resignação para se manter dentro do jogo.</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Como disse anteriormente a teoria musical pode ser adequada dentro da “grade” das disciplinas escolares. É possível construir um curriculo que possibilite os alunos a aquisição do conhecimento teórico musical básico basta um planejamento, um interesse político/educacional para que isso aconteça. Isso pode ser feito a partir das propostas organizadas pelo MEC, pelas secretarias estaduais e municipais de educação, atraves das publicações de parâmetros curriculares que já foram e são publicados e distribuídos com excelentes sugestões para que as escolas organizem a música curricularmente. E até mesmo por iniciativas particulares, onde excelentes professores/músicos, pensadores e pesquisadores vem através dos tempos imaginar a melhor maneira de incluir a música no currículo e instituíla de forma visivel, estruturada e definitiva no curriculo escolar. </span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Toda vez que escrevo e penso sobre música, educação e insttiuição escolar, me lembro da pesquisadora Rosa Fuks, com que certa época tive o prazer de trocar ideias musicais, e entre os muitos ensinamentos um deles nunca mais esqueci, disse ela: - Joséé Henrique, assim como no mito do Rei Midas onde em tudo que ele toca vira ouro, na Educação, a Instituição Escolar, é uma estrutura onde tudo que ela toca, "envelhece".</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ela me disse isso em 1998, e se não me engano está no seu livro, O Discurso do Silêncio, lançado em (1991), mas o interessante nisso, é que eu nunca mais esqueci dessas palavras, dessa analogia, e levei comigo sempre que entrava nas escolas que lecionei, e olha que não foram poucas, 13 escolas. Um dia escrevo sobre esta diversidade escolar que perspassei. Mas o mais importante, e que me interessa agora neste texto, é que este pensamento da Rosa, não só me deixava protegido para manter o meu espírito criativo aceso, como também me manteve atento para não deixar a música “envelhecer” em minhas atividades dentro das instituições. Quando percebia que a música, que eu trabalhava, estava muito repetitiva, eu mudava, inventava uma moda, dava una sacudida com outras sonoridades, outros estilos, a música pode realmente envelhecer dentro da escola.</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mas a música é muito efêmera e fugidia, transborda os limites, ultrapassa com seu som as paredes, os anteparos, transgride as ordens. Talvez essa seja uma das dificuldades de instituir a obrigatoriedade da musica nas escolas; a sua estrutura originariamente criativa, rebelde, mundana de difícil enclausuramento institucional. Sua grande diversidade incomoda o que faz com que quase que naturalmente, se opte dentro de instituições por grandes estruturas musicais, tais como grandes corais de vozes, flautas, cavaquinhos, e assim por diante. Talvez a música caiba na escola, aliás como sempre esteve, fora dos currículo. Basta ver a quantidade de jovens plugados em seus headphones, escutando justamente a diversidade, o incontrolável pela escola.</span></p><br style="-webkit-text-size-adjust: auto;"><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Talvez nunca mais voltemos ao tempo onde a disciplinas eram integradas, onde a música parecia permear e participar de um vasto território de conhecimento Sabemos que a música possui suas especificidades, mas porque não imaginar que estas podem ser compartilhadas dentro da escola. Pode-se ouvir música em outras disciplinas, assim como outras formas de arte. Música na física, música na química, música na biologia, música na geografia, ma história nem se fala. Pode-se brincar com a música no portugues, na matemática Pitágoras já demonstrou o quanto o campo é fértil. Música e filosofia, Educação Física, e tantas outras possibilidades de integração. E música com suas próprias especificidades, na sua teoria, ritmos, instrumentos, profissões, na formação cultural, enfim um mundo repleto de possibilidades coloridas, sonoras e também com silêncio, mas matendo sempre o cuidado para não se perder, ou melhor não se prender nas grades curriculares das estruturas seculares que acompanham as instituições, enfim, cuidado para não envelhecer.</span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br></span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Times New Roman"; font-variant-ligatures: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br></span></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><font face="Times New Roman"><span style="font-size: 14.666666984558105px; white-space: pre-wrap;">José Henrique Nogueira</span></font></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><font face="Times New Roman"><span style="font-size: 14.666666984558105px; white-space: pre-wrap;">Mestre educação musical</span></font></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><font face="Times New Roman"><span style="font-size: 14.666666984558105px; white-space: pre-wrap;">Musicoterapeuta</span></font></p><p dir="ltr" style="-webkit-text-size-adjust: auto; line-height: 1.38; text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><font face="Times New Roman"><span style="font-size: 14.666666984558105px; white-space: pre-wrap;">Pós-graduado “construtivismo e educação”</span></font></p> </div>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-59643000899495110482022-11-03T05:24:00.001-03:002022-11-03T05:28:16.281-03:00Um Show Muito Especial <div><span class="s2" style="line-height: 14.399999618530273px; font-weight: bold; font-size: 12px; text-align: center;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">INCLUSÃO A PARTIR DA MÚSICA: </span></span><span class="s2" style="line-height: 14.399999618530273px; font-weight: bold; font-size: 12px; text-align: center;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">E</span></span><span class="s2" style="line-height: 14.399999618530273px; font-weight: bold; font-size: 12px; text-align: center;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">SPAÇO 23 COMEMORA 15 ANOS COM O ESPETÁCULO </span></span><span class="s2" style="line-height: 14.399999618530273px; font-weight: bold; font-size: 12px; text-align: center;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">“</span></span><span class="s2" style="line-height: 14.399999618530273px; font-weight: bold; font-size: 12px; text-align: center;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">UM SHOW MUITO ESPECIAL”</span></span></div><div><br></div><img id="id_aa66_288e_2af4_3acb" src="https://lh5.googleusercontent.com/7jck22ozv8-InpDL7GrA6aL8ItwIu6HxQnrZTA0Wd87e3NLdqbycdRPiQBlIMmay9Qw" alt="" title="" tooltip="" style="width: 337px; height: auto;"><div><span style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0);"><br></span></div><div><p style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 21.600000381469727px; font-size: 18px;"><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Referência para quem busca o poder da música na reabilitação e prevenção da saúde, o mestre em educação musical e musicoterapeuta José Henrique Nogueira apresenta no dia 13 de novembro o espetáculo “Um Show Muito Especial”.</span></span></p><p style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 21.600000381469727px; font-size: 18px;"><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Há 15 anos à frente do Espaço 23, em Laranjeiras, </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">onde ministra aulas de música e </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">sessões de </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">musicoterapia, o</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">professor </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">preparou um show </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">emocionante </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">com </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">10 alunos com síndromes diversas</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">, como </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">autismo, </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">D</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">own</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">, </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">transtornos psiquiátricos etc.</span></span></p><p style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 21.600000381469727px; font-size: 18px;"><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">No palco do Beco das Garrafas, </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">os participantes</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">, entre 8 e 25 anos, apresentarão </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">um show </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">que terá como ponto central as </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">sonoridades</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;"> desenvolvidas </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">n</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">as sessões de musicoterapia. </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">“</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">O</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;"> conceito de música estará a todo instante sendo </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">des</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">construído e </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">ampliado para poder atender as dificuldades cognitivas</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;"> e</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;"> motoras dos artistas”, </span></span></p><p style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 21.600000381469727px; font-size: 18px;"><br></p><p class="s8" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 1.2; text-align: justify; font-size: 18px;"><span class="s10" style="line-height: 15.600000381469727px; font-size: 13px; font-family: Calibri; font-style: italic;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 23.399999618530273px; font-size: 1.5em;">Um Show Muito Especial</span></span></p><p class="s8" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 1.2; text-align: justify; font-size: 18px;"><span class="s7" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px; font-family: Calibri;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Direção: José Henrique Nogueira</span></span></p><p class="s8" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 1.2; text-align: justify; font-size: 18px;"><span class="s7" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px; font-family: Calibri;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Data: 13 de Novembro</span></span></p><p class="s8" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 1.2; text-align: justify; font-size: 18px;"><span class="s7" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px; font-family: Calibri;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Local: Beco das Garrafas (Little Club)</span></span></p><p class="s8" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 1.2; text-align: justify; font-size: 18px;"><span class="s7" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px; font-family: Calibri;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Rua Duvivier, 37, Copacabana</span></span></p><p class="s8" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 1.2; text-align: justify; font-size: 18px;"><span class="s7" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px; font-family: Calibri;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Entrada: R$ 50.</span></span></p><p class="s8" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 1.2; text-align: justify; font-size: 18px;"><span class="s7" style="line-height: 14.399999618530273px; font-size: 12px; font-family: Calibri;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px; font-size: 1.5em;">Faixa etária: livre.</span></span></p><p style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; line-height: 21.600000381469727px; font-size: 18px;"><br></p></div><div><span style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0);"><br></span><br> </div>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-88549476401203507162022-08-21T08:34:00.001-03:002022-10-06T03:26:55.155-03:00Livro: Musicoterapia para todos!<p> MUSICOTERAPIA PARA TODOS!!</p><p>Quem quiser conhecer a publicação digital que a universidade Federal Fronteira Sul publicou com minhas 4 aulas ministraras para a Prof. Dra. Marcela Marcela Alvares Maciel (UFFS) é só clicar no link abaixo! Totalmente gratuito </p><p><br></p><p><a href="https://publicacoes.even3.com.br/book/musicoterapia-para-todos-332605">https://publicacoes.even3.com.br/book/musicoterapia-para-todos-332605</a></p><p><br></p><p><img id="id_5fad_6b5d_2f17_71d0" src="https://lh6.googleusercontent.com/y0Xr9-EwhmSDHMH7MTJItJ2cmRula2ZwEwbzs-6LnF99h8Uhptlpf_LqF0s-XX0MTUk" alt="" title="" tooltip="" style="width: 392px; height: auto;"><br><br><br></p><br>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-89323049496940364262022-02-13T11:25:00.003-03:002022-08-21T01:41:07.634-03:00A paisagem sonora : Cosme Velho à Laranjeiras registrado numa bicicleta<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Paisagem Sonora<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cosme Velho à Laranjeiras registrado numa bicicleta<o:p></o:p></span></b></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-small;">(Artigo da Publicação "Escola em Transe" - UFF)</span></span></b></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><a href="https://escolaemtranse2020.wixsite.com/meusite/c%C3%B3pia-escola-em-transe-3%C2%AA-publica%C3%A7%C3%A3o">4ª PUBLICAÇÃO - 2021/2 | publicacaoemtrase (escolaemtranse2020.wixsite.com)</a></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">O link para assistir o vídeo da pedalada: <a class="style-scope ytcp-video-info" href="https://youtu.be/PVnNMFWgv1s" style="background-color: #f9f9f9; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; text-align: left; text-decoration-line: none; white-space: nowrap;" target="_blank">https://youtu.be/PVnNMFWgv1s</a></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><img id="id_57ee_bd8e_10b2_d674" src="blob:null/d2be80f6-5f51-4f6c-8a1c-138c5081865d" style="height: auto; width: 0px;" /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /><img alt="" id="id_2e76_9cc6_104a_49d3" src="https://lh3.googleusercontent.com/tqDCanzrU1ie5DPosY0Wb1-Vp6N3ieYraF4P_WvLrnyGO8goy0ywpPR9YuW6aseXCLQ" style="height: auto; width: 392px;" title="" tooltip="" /><br /><br /><br /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%;"> </span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjedQk6Ng44ytXtc6ZbtZGcbaD9dqb76LEV_W20atSVOzEIJ1ieOChnsEMFDkKymvHHQpCVB8PB-wRA1AoVyo6XQVvP2wiG-o8XEvvV7LbpnagmZbjOlsvniogPr4XnG832l6woEClFpPay2n4RmHzJgjOmoZx5Fzv4jMVdPRB4mWTrvq8daEdVN_4YRA" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1504" data-original-width="828" height="240" id="id_8bdc_53c0_f447_a20c" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjedQk6Ng44ytXtc6ZbtZGcbaD9dqb76LEV_W20atSVOzEIJ1ieOChnsEMFDkKymvHHQpCVB8PB-wRA1AoVyo6XQVvP2wiG-o8XEvvV7LbpnagmZbjOlsvniogPr4XnG832l6woEClFpPay2n4RmHzJgjOmoZx5Fzv4jMVdPRB4mWTrvq8daEdVN_4YRA" style="height: auto; width: 132px;" width="132" /></a></div><span style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Eram 8:30
de uma manhã de segunda-<i>feira</i> de carnaval no ano de 2021. Um pequeno
trajeto de 1,5 Km, um recorte no tempo e espaço no bairro das Laranjeiras no
Rio de Janeiro percorrido numa bicicleta, começando na Rua Smith de Vasconcelos
e terminando na Rua Sebastião de Lacerda, registrando numa câmera de celular
acoplada ao guidom informações visuais e sonoras para a reflexão que pretendo
encaminhar a seguir. O objetivo é de ampliar a discussão sobre conceitos como
Paisagem Sonora e Ecologia Sonora e observar como a arquitetura e a estrutura
urbana revelada neste breve espaço geográfico, podem trazer informações que
inspirem reflexões urbanísticas, ecológicas, musicais e poéticas. <span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A
forma mecânica, repetitiva na qual percorremos nossos trajetos nos centros
urbanos, nos impede de refletir sobre ele. </span>Enfim,
um curto trajeto, um recorte no cotidiano de um espaço urbano multifacetado
cujo vídeo pode ser assistido no “link no final desse texto”. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Árvores: anteparos
sonoros</span></b></div></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Assistindo o vídeo
podemos perceber muitos detalhes, certamente muitos outros surgirão sob o olhar
e a audição de cada um que o assistir. Por sua vez vou me deter inicialmente na
quantidade de árvores que ainda habitam no percurso registrado por mim. São inúmeras
árvores de tamanhos diferentes, de tonalidades de verdes igualmente distintas e
de espécies diferentes. Amendoeiras, palmeiras, pau-brasil, oitizeiro entre
muitas outras que convivem com a paisagem do bairro das Laranjeiras.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As árvores além de refrescar e embelezar a
cidade, servem como abafadores do ruído urbano. Suas copas, seus troncos,
servem de anteparos ao constante fluxo ruidoso produzido pelo trânsito intenso
das ruas. O vento em suas folhas produz sons de timbres diversos que amenizam e
trazem bem estar, nos remetendo, sem que percebamos, a um contato sonoro mais
primitivo. O som das árvores e todos os outros sons que ela abriga também se
perdem quando ela é cortada. Certamente essas árvores que produzem sons com
seus galhos e folhas, também trazem pássaros, cigarras, micos, que por sua vez
igualmente participam sonoramente da paisagem sonora desse percurso. Como um
rio ruidoso, caudaloso de forte correnteza, não encontrando resistência o ruido
da cidade segue seu curso invisível e por incrível que pareça, sem ser
percebido pela audição. O olhar e seu imperioso sentido da visão ainda rege as
normas da ecologia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">“No
passado havia santuários emudecidos onde qualquer pessoa que sofresse de fadiga
sonora poderia refugiar-se para recompor sua psique. Poderia ser nas florestas,
à beira-mar ou numa encosta coberta de neve durante o inverno.”(Schafer,R.
Murray, 1977)<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A arquitetura do percurso<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Neste percurso registrado
pelo vídeo, é importante relatar sobre as construções que estão visíveis no
enquadramento da câmera do celular. É possível observar a diversidade de
estilos e épocas nos traços dos prédios, fachadas, muros e outras estruturas
que revelam uma das características deste bairro das laranjeiras, o de abrigar
uma paisagem arquitetônica multifacetada. Assim que a câmera começa a registrar
a Rua Cosme Velho; aos 0:27 min surge a Casa da Embaixada da Romênia, em
seguida descendo a esquerda a Igreja São Judas Tadeu, um pouco mais a diante,
uma construção verde o Colégio São Vicente de Paulo, aos 1:07 min podemos
observar o magnífico Colégio Sion, ainda a esquerda aos 1:28 o famoso complexo
predial Pires de Almeida, seguindo um pouco mais o muro amarelo do recuado e
maravilhoso Edifício Monte, logo em seguida e ainda a direita a Igreja Cristo
Redentor, aos 2:39 min é possível avistar o chafariz em forma de concha da
Praça Ben Gurion e por fim ao entrar na Rua Sebastião de Lacerda aos 3:25 min é
possível observar as 4 casas gêmeas à direita do vídeo. Muitas outras
construções importantes não foram registradas pela câmera, mas que fazem do
Bairro das Laranjeiras um espaço fértil para quem gosta de apreciar e estudar
arquitetura. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Paisagem Urbana</span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Dizem que antes da inauguração
do Túnel Rebouças <span style="background-color: white; background: white; color: #202122;">no dia 3 de
outubro de 1967 essa região era bem mais tranquila e com um perfil urbano
coerente com as características de um bairro residencial com muitas casas,
situado em um vale cercado de montanhas com pouca circulação de carros e com
vendedores gritando seus pregões pelas ruas. Ainda é possível perceber no
asfalto os trilhos dos bondes que circulavam por ali, assim como vendedores de
vassouras, de pão em suas bicicletas, e com muita sorte, vendedores com seus
cachos de caranguejos equilibrados, o amolador de facas faz tempo que não o
ouço. Mas durante o trajeto algumas coisas chamam a atenção. As ruas alternam
de largura, assim como as calçadas, enquanto as placas de aviso e comunicação
para os motoristas que parecem possuir um design ultrapassado se escondem da
visão entre fios e árvores. A ciclofaixa embora demarcada no asfalto ainda gera
certa insegurança. Transeuntes passando, chegando, atravessando as ruas e
calçadas numa manhã de segunda-feira. Ambulantes, ônibus, carros, caminhões,
bicicletas perpassando pelo trajeto anunciando o começo da semana. As ciclovias
embora deterioradas e eventualmente invadidas funcionam bem. O perfil
urbanístico do trajeto apresenta uma diversidade que abriga o crescimento
natural e o planejado. É possível observar resquícios das estruturas do passado
e do presente tentando conviver. A impressão que dá é que o fluxo de
urbanização que o túnel ofereceu não coube na estrutura tradicional do bairro
que ainda resiste. Um bom projeto acústico para a cidade certamente é aquele
que saberia manter e até resgatar os sons naturais e originários de um espaço
urbano e consiga mixá-los aos sons e ruídos da contemporaneidade. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><i><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">“O projetista acústico incita a sociedade a
ouvir novamente modelos de paisagens sonoras lindamente modulados e equilibrados,
tal como ocorre, hoje, nas grandes composições musicais. <b>O esforço final é
aprender como os sons podem ser reorganizados</b>, de maneira que todos os
tipos possíveis possam ser - uma arte chamada orquestração.”</span></i><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">(Schafer,
R. Murray, 1991)<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Paisagem Sonora<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A paisagem sonora para melhor ser observada e percebida se faz fechando
os olhos para apreciação do vídeo que gerou inspiração para esse texto.
Diversos tipos de sons podem ser ouvidos durante o trajeto. Dois deles sempre estarão
presentes ora mais, ora menos durante todo o percurso. Um deles os ruídos da
minha bike: o som da roda girando, da estrutura do pedal, corrente e coroas, os
freios. O outro também sempre presente o fluxo ruidoso e constante da cidade,
que é constituído de inúmeros sons tais como: ar refrigerados, ônibus, carros,
motos, gritos, falas, buzinas, rádios ligados, entre muitos outros sons urbanos.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Este trajeto foi feito por uma bicicleta cortando e enfrentando o atrito
do elemento ar que é composto diversos tipos de gazes, que por sua vez propagam
o som. Ondas sonoras invisíveis aos nossos olhos estão se propagando em
diversas amplitudes, entrecortando-se em diversas direções. Imagine várias
pedras de diversos tamanhos sendo atiradas ao acaso e simultaneamente num lago
sereno ou num remanso de um rio produzindo lindos desenhos circulares de
diâmetro e de duração diferente na superfície. No ar, está sempre acontecendo a
mesma coisa através de pulsos energéticos oriundos de alguma perturbação física
que gere esta oscilação e não faltam fontes sonoras numa cidade. Acho, mesmo
para os mais especialistas e acadêmicos que estudam e se interessam pelo o
fenômeno sonoro, vale sempre “lembrar que um copo vazio está cheio de ar”
(Gilberto Gil). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A inspiração poética e musical está ligada com o ambiente sonoro que
cerca os compositores. Vários compositores de um passado mais silencioso se
inspiraram em temas e motivos da natureza em suas obras. O bairro das
laranjeiras abriga uma forte tradição de artistas, poetas, filósofos e
compositores. O cuidado com os projetos acústicos urbanos também beneficia a
manutenção de um pensamento criativo e crítico do bairro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Imaginemos agora que o percurso fosse um rio. Um rio sonoro que começou a
ser registrado por um dos seus afluentes; calmo, tranquilo, com pouca massa
sonora, repleta de sons naturais e de prenúncios de silêncio. Este afluente, no
caso a rua Smith de Vasconcelos, que desce lentamente com seus sons de
maritacas, com seus poucos ruídos matinais e pitadas de silêncio. Aos poucos
este afluente sonoro vai se encontrando com um grande fluxo sonoro ruidoso que
desce morro abaixo. No chão, um asfalto ideal para propagar o veio ruidoso, que,
se fosse poroso, menos compactado, talvez reduzisse a propagação contínua desse
rio sonoro cuja sua intensidade está apenas começando como pode ser escutado no
vídeo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A rua Cosme Velho possui em suas encostas uma arquitetura com casas e
prédios recuados que permitem que as ondas sonoras se espalhem diminuindo a
força do fluxo ruidoso, mas que, por sua vez continua implacavelmente crescendo
conforme nos aproximamos da altura rua General Glicério. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Já na Rua das Laranjeiras podemos observar que os prédios começam a
ficar mais altos e colados uns aos outros. A essa altura os ruídos seguem seu
fluxo com mais intensidade. Literalmente canalizados pela estrutura de cimento
compactada dos prédios construídos colados uns aos outros, todos a próximos a
via principal, a massa sonora repleta de ruídos parece seguir em forte
velocidade e intensidade. Imperiosa, essa corrente sonora, atrai para si como
uma força eletromagnética todos os ruídos que estão próximos e os transforma
numa massa caudalosa sem anteparos que possam reduzir sua força. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">O percurso deste rio sonoro, por ironia do destino segue o mesmo curso
do rio Carioca que está abaixo do asfalto. O asfalto impermeável separa os
dois. Por baixo um rio importante para a história Rio de Janeiro, seu nome
batiza aos que aqui nascem e vivem, segue escondido, enterrado numa cripta
asfáltica. E por cima uma corrente sonora ruidosa, turbulenta, invisível que
nos atravessa sem nos darmos conta, que talvez nos influencie à esquecer quem
somos e para onde vamos,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>um ruído
constante e hipnótico <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">É interessante perceber que ao entrar no afluente
sonoro à direita na rua Sebastião de Lacerda, final deste percurso, o som imediatamente
perde sua intensidade. Observa-se logo o esplendor arquitetônico das quatro
casas gêmeas na beira da rua, praticamente sem muros, parecendo ser as guardiãs
de uma romântica e bucólica paisagem sonora de outrora. O áudio do vídeo, revela
claramente a saída do fluxo da torrente sonora da rua das Laranjeiras entrando como
em um remanso, é algo instantâneo, volta-se a escutar o som da bike e de outros
eventos esparsos, percebe-se a presença de algo como uma massa silenciosa. Um
bolsão de ar mais silencioso, um remanso sonoro, à espreita, não conseguindo
penetrar e no grande rio de massa sonora contínua seguindo seu curso imperioso
em direção ao Largo do Machado. </span><span style="background-color: white; background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><i><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">“O progresso das civilizações criará mais ruido
e não menos, disso estamos certos.Daqui a um século, quando o homem quiser
fugir para um local silencioso, pode ser que não tenha sobrado nenhum lugar
para onde ir.”</span></i><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">(Schafer,R. Murray, 1977)<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 49.65pt; text-align: justify;"><i><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">1 Educador Musical, Musicoterapeuta e Compositor. Mestrado em Educação
Musical (CBM), Graduado em Musicoterapia (CBM), Pós-graduado (s.l) em
Construtivismo e Educação (FLACSO). Extensão “Hands on music” Orff Socity (UK)
– Atualmente dirige e coordena as atividades do Espaço Musical 23 no Rio de
Janeiro.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Link do vídeo:</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"> (https://youtu.be/PVnNMFWgv1s) <span style="background-color: white; background: white; color: #202122;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></span><a class="style-scope ytcp-video-info" href="https://youtu.be/PVnNMFWgv1s" style="background-color: #f9f9f9; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; text-align: left; text-decoration-line: none; white-space: nowrap;" target="_blank">https://youtu.be/PVnNMFWgv1s</a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Link para ler todas as publicações: https://escolaemtranse2020.wixsite.com/meusite/c%C3%B3pia-escola-em-transe-3%C2%AA-publica%C3%A7%C3%A3o </p>
<p class="MsoNormal" style="tab-stops: 46.15pt; text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Bibliografia<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Schafer, R. Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Editora Universidade
Estadual Paulista,1991.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Schafer, R. Murray. São Paulo: Editora UNESP, 2001<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; background: white; color: #202122; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Krause, Bernie. A grande orquestra da natureza. Rio de Janeiro: Zahar,
2013. <o:p></o:p></span></p>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-20991993897557432172021-09-03T15:51:00.001-03:002021-09-03T15:53:19.005-03:00Futuro da Ilusão <a href="https://youtu.be/gWIINVUewm0" id="id_4669_86cc_8f8a_ab76">Futuro da Ilusão</a><br><iframe src="https://www.youtube.com/embed/gWIINVUewm0" width="500" height="281" id="y_id_b583_724d_dc0c_e459" frameborder="0"></iframe>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-14286569552403167722021-05-29T21:15:00.004-03:002021-06-28T04:55:55.637-03:00Lançamento URBANO - José Henrique Nogueira <p><img alt="" id="id_bb82_9fdc_ce92_eee5" src="https://lh3.googleusercontent.com/v_02_lQWlUjI6b7fQBX3IITwYP1vLFnZopJaTyGyJqVsr4PUhiSjFO3RXf2YeWBly9g" style="height: auto; width: 392px;" title="" tooltip="" /><br /><br /></p><p> <font size="4"><b>Lançamento do EP "Urbano", quinto trabalho de estúdio do compositor e educador musical José Henrique Nogueira, evoca valores que sustentam a vida moderna nas cidades: música, encontros e perspectivas</b></font></p><p><b>Por Octavio Perelló</b></p><p>Os elementos urbanos atestam o título e apontam o processo de criação marcado pelas pausas e acelerações da vida no Rio de Janeiro, onde a natureza circunda a expansão do concreto e oferece belezas e riquezas sonoras. Entregam ainda a trajetória do músico, compositor, musicoterapeuta, escritor e educador musical José Henrique Nogueira nos palcos, bares da vida, estúdios e salas de aula, reunindo experiências artísticas, acadêmicas e de vida que sintetizam a arte de reunir, entreter, encantar e cuidar de pessoas.</p><p>O EP "Urbano" é o quinto trabalho de estúdio de José Henrique Nogueira, após o lançamento dos CDs "Caiçara", "Curiosa Idade Musical I e II", e do compacto duplo "Mar" (vinil), este último lançado no início da carreira. Sua obra é permeada ainda de livros autorais sobre Educação Musical, coordenação acadêmica, pesquisa e ensino, além de criações musicais para teatro. José Henrique Nogueira é também idealizador e diretor do Espaço 23, que há doze anos oferece Música e Musicoterapia aos alunos, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro.</p><p>O mais recente trabalho, "Urbano", chega ao público ainda em plena pandemia, marcando o encontro musical do compositor e violonista com os músicos Guto Goffi, José Staneck, Gastão Villeroy, Nilo Romero, Raimundo Luís, Lui Coimbra e Nana Simões. Os criativos arranjos do compositor, somados à competente execução dos músicos, com mixagem e masterização de Luizinho Mazzei, apresentam composições maduras para a audição dos mais requintados gostos musicais.</p><p>Os destaques, sem tirar nem pôr, vão para todas as faixas (Balada para Pat Metheny, Era um Blues, Canon Blues,Trilha dos Pássaros e Urbano), que têm características particulares em suas propostas e andamento, embora exibam o mesmo DNA. Mas vale destacar duas, em especial, que foram antecipadas ao público: "Canon Blues", que ao mesmo tempo que tem uma intrínseca elaboração rítmica e melódica sobre o tema, tem ainda um apelo ao encontro, à diversão e à improvisação; e "Trilha dos Pássaros", que remete ao modo pessoal de tocar violão do autor e se desenvolve no intuito de criar imagens sonoras que possam trazer a leveza e a magia dos pássaros no ambiente urbano.</p><p>"Estou muito feliz com esse novo trabalho e com os encontros que ele me proporcionou. Foi tudo feito com amor e dedicação à música."</p><p>As cinco faixas do EP "Urbano" podem ser acessadas nas plataformas digitais Spotify, Apple Music e Deezer, além dos videoclipes que estão disponíveis no YouTube. (Assistir “Canon Blues” e “Trilha dos Pássaros” nos links abaixo)</p><p>https://youtu.be/1HfdTDP4xCs https://youtu.be/OUNEUqJi5ac</p><p> </p>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-17256596475486215962021-01-04T06:44:00.001-03:002023-09-12T01:53:49.127-03:00Músicoterapia e música contemporânea<p class="s3" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: center;"><span class="s2" style="font-size: 12px; font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="font-size: 1.5em; line-height: 21.6px;">Musicoterapia e a Música Contemporânea</span></span></p><p class="s3" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: center;"><br></p><p class="s3" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: center;"><span class="s2" style="font-size: 12px; font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="font-size: 1.5em; line-height: 21.6px;"><br><br></span></span></p><p class="s4" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-left: 36px; margin-top: 6px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">O que é música? Essa pergunta para ser bem respondida, se faz necessário um recorte histórico, pois a música foi se estruturando no decorrer do tempo, adquirindo formas diferentes, seguindo seu rumo, sua evolução, que não é qualitativa, pois cada estrutura musical tinha sua beleza correspondente com a estética e possibilidades de cada época. As estruturas desenvolveram-se com a evolução dos instrumentos musicais, que instigavam os compositores, que por sua vez </span><span style="line-height: 21.6px;">criavam novas </span><span style="line-height: 21.6px;">estruturas </span><span style="line-height: 21.6px;">sonoras</span><span style="line-height: 21.6px;"> e assim sucessivamente desde a pré-história musical até as possibilidades musicais futuristas que ainda estão por vir.</span></p><p class="s4" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-left: 36px; margin-top: 6px; text-align: justify;"><span class="s5" style="font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">Neste percurso, surgem no século XX inúmeros compositores que, insatisfeitos com a monotonia das estruturas musicais vigentes da época, começam a criar música fugindo da estética sonora e gráfica da época, isso porque paralelamente as propostas de uma nova música rompendo com o passado, surge uma nova grafia musical. Dentro deste espectro chamado de Música Contemporânea, surgem inúmeras propostas de organizações sonoras ou musicais, tais como: música atonal, música experimental, concreta, eletrônica, aleatória, entre outras. Surgem compositores como: </span><span class="s5" style="font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">Stockhausen</span><span class="s5" style="font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">, Cage, </span><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">Schoenberg</span><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">, </span><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">Messiaen</span><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;"> entre muitos outros.</span></p><p class="s4" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-left: 36px; margin-top: 6px; text-align: justify;"><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">E como a música contemporânea pode contribuir com a musicoterapia? Quando a música contemporânea trouxe novas possibilidades sonoras, um novo conceito para o que vem a ser música (mais amplo), uma nova escuta e novas possibilidades gráficas para a música, ampliou de certa forma as possibilidades musicais para as atividades de musicoterapia. A música contemporânea não é algo simples. Pelo contrário, as estruturas sonoras compostas para serem interpretadas apelos músicos são extremamente complexas e necessitam de horas de estudo e de prática. Porém, podemos oferecer aos pacientes de musicoterapia, alegrias musicais com as construções sonoras, composições terapêuticas ou pedagógicas com a sonoridade que música contemporânea trouxe para o cenário musical. Sigo sempre um princípio básico para fazer música com meus pacientes, que não se modificou com o decorrer dos tempos: música é uma estrutura sonora organizada, com início e fim bem determinados e com intenção musical.</span></p><p class="s4" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-left: 36px; margin-top: 6px; text-align: justify;"><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">A estética musical terapêutica ganha outra dimensão com o advento da música contemporânea, fica mais generosa, favorecendo aqueles que por motivos diversos, seja por dificuldade física ou psíquica, possam por meio dos sons possíveis de serem produzidos, organizarem estruturas que possam vir a ser chamadas de música. Essas atividades trazem para muitos uma sensação positiva, de bem estar, fazem com que consigamos juntos organizar as possibilidades sonoras que antes pareciam caóticas e sem organização. Essa, para mim, dentro do meu contexto musical terapêutico é a mais importante contribuição que a música contemporânea trouxe para a musicoterapia; a ampliação da estética musical.</span></p><p class="s4" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-left: 36px; margin-top: 6px; text-align: justify;"><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">Importante ressaltar que a música tradicional continua viva e sendo utilizada na prática da musicoterapia, suas estruturas continuam trazendo muito prazer para aqueles que conseguem ingressar neste universo. É terapêutico poder vir a tocar uma bela melodia </span><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">num instrumento, um pandeiro, uma bateria. Inclusive a música tradicional pode vir a ser mesclada com a contemporânea e vice versa.</span></p><p class="s4" style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 6px; margin-left: 36px; margin-top: 6px; text-align: justify;"><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">A musicoterapia, e consequentemente o musicoterapeuta, devem estar preparados e abertos para receber, utilizar e organizar todas as possibilidades sonoras: ruídos, grunhidos, estalidos, sussurros, balbucios, gritos, silêncio, enfim; é possível fazer música com os mais diversos tipos de sons na prática </span><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">musicoterapeutica</span><span class="s6" style="background-color: white; font-family: Calibri; line-height: 21.6px;">.</span></p> José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-78273295012393213022020-07-20T15:47:00.001-03:002020-07-20T15:47:46.161-03:00Autismo e Musicoterapia <div><br><iframe src="https://www.youtube.com/embed/7LCO8tyaz-0" width="500" height="281" id="y_id_ea02_1535_5c3e_2f05" frameborder="0"></iframe><br></div><div><br></div><div><div>Autismo e Musicoterapia </div><div><br></div><div>Meu querido Miguel é autista não verbal, atualmente, mais próximos, pudemos adiantar alguns trabalhos musicais que poderão servir de inspiração para muitos outros.</div><div><br></div><div>Abaixo o percurso do processo:</div><div><br></div><div>Comecei apresentando notas musicais escritas nos cartões sem uma ordem ainda estabelecida. A ideia era ele associar as notas escritas por extenso (DO, Re, ...) nos cartões que eu apresentava e toca-las nas teclas (com nome das notas) do teclado e assim pudesse entender a proposta. </div><div>Posteriormente começamos a trabalhar uma sequência duas três notas (cartões) em sequência ( DO RE, DO RE MI...) para que ele pudesse entender que a ideia era ler os cartões da esquerda para direita, conforme escrevemos e lemos, identificar no teclado e tocar. </div><div>Começamos arriscar com um pouco mais de notas até fazermos a escala de dó ascendente dó ré mi fá sol lá si dó. </div><div>Uma vez entendido que era pra tocar conforme as notas apareciam nos cartões propus uma melodia bem simples. </div><div>Au clair de la lune, canção tradicional francesa. Conseguimos uma primeira parte. A ideia de utilizar esses cartões partiu do fascínio que o Miguel tem pelas imagens que ele fica observando e batendo com dedo nas revistas. Aí está pra vocês uma conquista fruto de um processo de trabalho que pode se ampliar, é apenas um começo.</div><div>José Henrique Nogueira</div></div>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-35374119811212461272020-05-28T06:56:00.001-03:002020-05-30T14:32:33.246-03:00 Autismo e Música Clássica <img alt="" id="id_6a44_4345_b070_fb11" src="https://lh6.googleusercontent.com/9BkRRXp6-Qlr-KTdT-hQ3eMhYxP8-4kPvgnQMp5fmGx3A4bBS8kWLFSqs1qkCTg" style="height: auto; width: 353px;" title="" tooltip=""><br><br><br id="docs-internal-guid-77312860-7fff-9e9c-3231-ebfcf36bed10"><br><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><b>Relato da prática</b> </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Entre tantas atividades terapêuticas e musicais trabalhadas no Espaço 23, tais como a improvisação e criação musical, a prática do canto e de instrumentos, utilizo também a escuta musical e especialmente a da música clássica. O breve relato deste texto, apresentará um resultado de um dos autistas que venho trabalhando e que me surpreendeu. Miguel, 10 anos de idade, está comigo há 4 anos, é um autista não verbal hiperativo</span><span style="font-family: arial; font-size: 11.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">, com muita dificuldade de concentração numa atividade. Há dois anos passou a ser meu enteado, o que ampliou a minha proximidade e consequentemente a minha capacidade de observação. Depois de algumas tentativas para usar o head-phone, fundamental nesta atividade, ele conseguiu aceitar o acessório e passou cerca de 20 minutos escutando "Música noturna", de Mozart. Aproveitei o momento positivo e promissor e num outro encontro optei por pura intuição a audição da música “Quatro Estações", de Vivaldi, e para minha surpresa ficou por 45 minutos completamente envolvido pela composição.</span></p><br><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Foram 45 minutos escutando música, quieto, parado, sozinho, e podia-se perceber sua alegria e interação através de sua expressão. Importante ressaltar que não haviam imagens passando no monitor do laptop. Televisão, tablet, revistas, ou até mesmo a janela do carro em movimento que são, na maioria das vezes, o que o faz ficar quieto por tanto tempo. E assim ficou sentado, sendo seu sistema auditivo acariciado </span><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">pelos timbres (sonoridade de cada instrumento), pelas melodias, os ritmos, as surpresas das intensidades (forte e fraco), enfim um complexo de beleza musical iluminando, circulando em sinapses pelo seu cérebro. Uma experiência positiva que abre espaço para continuarmos investindo nessa direção. </span></p><br><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><b>Pesquisas em Musicoterapia</b></span></p><br><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A musicoterapia é uma técnica terapêutica que usa a música em todas as suas formas com participação ativa ou receptiva. Esta atividade, que é receptiva, há muitos anos vem sendo pesquisada na neurologia, na psicologia entre outras áreas do conhecimento. A ideia básica nestas pesquisas é reconhecer que algumas doenças perpassam e até mesmo se originam no cérebro, que então transmite a uma parte do corpo um estímulo específico que reproduz um distúrbio, uma doença.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A terapia através da escuta musical tenta obter estímulos contrários, que se oponham àqueles que são relacionados à doença. A ideia é tentar criar um anteparo no sistema nervoso, um certo bloqueio para àqueles que possam estar estimulando ou produzindo a alteração . </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A partir de várias melodias de compositores clássicos, os pesquisadores fizeram com que vários pacientes, com dificuldades diversas, tais como: ansiedade, hipertensão, insônia, etc ficassem escutando por um determinado tempo várias obras musicais, de Mozart, Bach, Beethoven entre outros, e alcançaram efeitos surpreendentes. Criaram assim algumas listas de obras clássicas que visam auxiliar em diversas doenças. (A lista estará no final do texto)</span></p><br><br><img alt="" id="id_374f_3b8c_694c_779c" src="https://lh6.googleusercontent.com/GhVbCrHyNq2hxHzeeoGeUfBaM9clH9YQ8zTgZqYGgHtUWvKNBI6buXoIXEi5c_A" style="height: auto; width: 264px;" title="" tooltip=""><br><br><br><br><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> <b>Sugestões para se iniciar uma escuta musical</b></span></p><br><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A) Conseguir um head-fone que cubra a orelha.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">B) Sentar inicialmente com a criança no colo conter seus impulsos para se mexer e sair.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">C) Geralmente as músicas clássicas são grandes. Pode-se pensar em fazer um planejamento de escuta gradativa. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">D) A escuta, sempre de headphone, pode ser auxiliada entretendo o paciente com algum objeto na mão. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">E) Caso escute pelo YouTube sugiro que se utilize músicas que tenham imagens fixas para não tirar o foco na audição, valorizar a força do alcance das ondas sonoras ao córtex auditivo e a partir daí se espalhar para outras direções do cérebro.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><b><font size="2"><br></font></b></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="white-space: pre-wrap;"><b><font size="2">Resultado da Pesquisa da Escola de medicina integral de Caracas</font></b><span style="font-size: 14.6667px;"> </span></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Insônia: </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Nocturnes de Chopin (op.9 No. 3) </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=gCPnUFmIJWM </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">(Op.15 No. 2) </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=SbAEsaZ8_LM </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">(ou página 9 # 2) </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=YGRO05WcNDk&feature=related </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Prelúdio para a cochila de Fauno por Debussy </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=9_7loz-HWUM </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Canon em Re de Pachelbel </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=hOA-2hl1Vbc&feature=related </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Hipertensão: </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">As quatro estações de Vivaldi </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=yb8icchy4H4&feature=fvst </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Serenade nº13 em Sol Mayor por Mozart </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=z4Hfv00eqoI </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Música aquática de Haendel </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=cnn3TVBDtcA</span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Concerto para violino Beethoven </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=Qx9LOgSGGqk </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Symphony nº 8 de Dvorak </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=W5UbrhqdqQE </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Ansiedade: </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Concerto de Aranjuez de Rodrigo </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=RxwceLlaODM </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">As quatro estações do Vivaldit http://www.youtube.com/watch?v=f_pjH2b808w&feature=related </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Sinfonia de Linz, k425 de Mozart </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=JcDFZSEGFno </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Dor de cabeça: </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">O Sonho de Amor de Lisz </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=_pysf5ixCTQ </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Serenata de Schubert </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=ZpA0l2WB86E&feature=related </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Hymn to the Sun by Rimsky-Korsakov </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=klDF0jvCdb4</span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Dor de estômago: </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Música para Telemann's Table </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=8exrY_VSeZc </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Haendel's Harp Concert </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=iBnr6mJZJFg </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Concerto do oboe de Vivaldi </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=jEQ0N9D1NQs </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Energia: </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">O Sibelius Karalia Suite </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=adKwG9ZuzFw</span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Serenade of Strings (op.48) por Tschaikowsky https://www.youtube.com/watch?v=DPBKukl0oc4 </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Abertura por Guillermo Tell de Rossini http://www.youtube.com/watch?v=6y7tjxii2y4http://www.youtube.com/watch?v=tIxIknEONkU </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br></span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Para a cura e harmonia de sua casa: </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Tudo sobre Wolfang Amadeus Mozart </span></font></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><font face="arial"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">http://www.youtube.com/watch?v=df-eLzao63I</span></font></p><br><br><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">José Henrique Nogueira </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Musicoterapeuta </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mestre em Educação Musical</span></p><br><br><br> José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-63651421157328361112017-10-23T23:40:00.002-02:002019-08-16T05:30:15.888-03:00Musicoterapia - uma entrevista. <br>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Entrevista à repórter Carolinne Barbosa da Webdia Group</span></div><div style="text-align: center;"><font size="4"><br></font></div><div style="text-align: center;"><font size="4"><br></font>
<br><img id="id_7bee_5818_ea9e_a0cf" src="https://lh4.googleusercontent.com/QwOi-vw8SNVEhjs5zTkXJ_X_Gv9Q9OrOEtfdYtbzgceffcldrnEbllXftUI" alt="" title="" tooltip="" style="width: 353px; height: auto;"><br><br>
<br></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">José Henrique Nogueira</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">🎶<b> O que é a musicoterapia?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Musicoterapia é o processo de utilização da música e/ou de seus elementos, tais como som, ritmo, melodia e harmonia, individualmente ou em grupo, para estimular a comunicação, fortalecer as relações inter e intrapessoais, facilitar o aprendizado, encorajar a expressão, auxiliar na organização psíquica e outros objetivos terapêuticos importantes, a fim de atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas nas mais diversas faixas etárias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A utilização da música com finalidade terapêutica vem desde o início da história da humanidade e pode ser encontrada e verificada em registros de desenhos e pinturas de antigas civilizações, em magias e rituais de cura apresentadas por pesquisas arqueológicas, assim como em obras de filósofos e escritores da Antiguidade, da Idade Média, que relatam de maneira bem clara a importância e o poder da música na psique humana. Porém, a musicoterapia, como atividade regulamentada, como profissão, e com seus cursos de formação, começou a se organizar a partir de 1950 nos Estados Unidos, chegando ao Brasil vinte anos depois. Atualmente, é uma profissão muito procurada e prestigiada, existindo vários cursos de formação em todo o país.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>🎶 Quais são os benefícios?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">São vários os benefícios da musicoterapia. Mas entendo que as benesses da utilização da música num encontro terapêutico dependem muito da sensibilidade do terapeuta e, principalmente, da relação criada com seu paciente. A musicoterapia atua e contribui de maneira bastante significativa em parceria com a fonoaudiologia, psicologia, psiquiatria, psicopedagogia, entre outras. Poderia citar como benefícios, entre os mais importantes:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">1. atuar no tratamento da depressão;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">2. criar e aperfeiçoar canais de comunicação; 3. proporcionar alegrias e bem-estar;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">4. ativar a memória;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">5. possibilitar integração social;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">6. estimular a coordenação motora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>🎶 Pode citar algumas técnicas da musicoterapia?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A música é uma matéria volátil e dinâmica, passível de ser utilizada em diversos casos de formas e maneiras diferentes. Com ela, estamos atuando diretamente com a emoção, cada pessoa (com o mesmo diagnóstico clínico) que entra no espaço musical terapêutico, pode possibilitar a aplicação de vários procedimentos, abordagens e técnicas diferentes. Poderia citar, entre elas:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">1. improvisação instrumental (melódica e/ou percussiva); 2. utilização da voz falada e cantada;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">3. recriação de letras de música;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">4. composição criativa;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">5. audição passiva e interativa (expressão corporal e dança); 6. mesa lira e tubos sonoros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>🎶 Como a música age emocionalmente nos nossos sentimentos? (tanto na questão reflexiva e na alegria).</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A música acompanha lado a lado a caminhada da humanidade, desde sua mais remota origem, quanbdo ela ainda era apenas a audição e, certamente, o encantamento originado pelos sons da natureza: o estrondo do trovão, o uivo do vento, o silêncio e os sons ameaçadores da noite. De certa forma, ainda nos mantemos emocionalmente ligados com esses sons até os dias de hoje. Agora cada vez menos “naturais” por causa do crescimento das áreas urbanas, os sons também trazem lembranças algumas das vezes tão importantes, que são utilizados, por fornecerem informações importantes para o sucesso de uma terapia. Com a música, fica mais evidente ainda sua influência nas emoções. Trazem reminiscências de todos os tipos: tristes, melancólicas, angustiantes, saudosas, motivadoras e alegres.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Todos esses sentimentos podem ser trabalhados e principalmente vividos. Cantando, tocando ou apenas ouvindo as canções. Conversando sobre elas, falando de sua importância nos momentos de sua vida. A alegria e o bem-estar proporcionados pela música são sentimentos muitos conhecidos por todos nós. Sem nos darmos conta, quase inconscientemente, nos pegamos cantarolando uma canção, batucando um ritmo, utilizando uma letra de música em nossa conversa. É isso: a música está diretamente ligada em nossa vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>🎶 Para quem a musicoterapia é indicada?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A musicoterapia atualmente acolhe e ajuda um número cada vez maior de indicações em todas as faixas etárias. Na psiquiatria ou saúde mental, na reabilitação motora, nos mais diversos tipos de síndromes, a música há muitos anos vem contribuindo e proporcionando muitas aberturas e muitas alegrias. Pessoas com Alzheimer também se beneficiam muito com a musicoterapia. No autismo, nos transtornos de déficit de atenção e na hiperatividade, os resultados são maravilhosos. Cresce muito a procura pela musicoterapia também de jovens e adultos sem nenhuma indicação, digamos assim, médica, sem nenhum distúrbio aparente, que querem conhecer os benefícios da musicoterapia, para contrapor o estresse diário, por exemplo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>🎶 Há alguma restrição?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Há registros na literatura de casos muito raros de desencadeamento de um processo convulsivo a partir da audição musical. Mas, na maioria dos casos, as atividades musicais aplicadas por um musicoterapeuta não encontram restrições, elas são abrangentes e generosas, bem diferentes das utilizadas pela educação musical. No espectro de trabalho da musicoterapia, cabem todos os tipos de manifestações musicais. Ou seja, os desafinados nos interessam, os tímidos, os que se autointitulam “sem ritmo”, os silenciosos, assim como os virtuoses, os extrovertidos, enfim. A musicoterapia é um universo que vale a pena conhecer e usufruir de seus benefícios.</span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br>
<span style="font-size: large;"> Apoio </span><br>
<span style="font-size: large;"><br></span>
<span style="font-size: large;"><br></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4GjRqDc4x6vloWxV8rstKI-oEeiqea0CQbokzSU7DBTKODAUbEzHEpv53G_ehlcXXuPYoRqsHoUI6Ghx_rSxHWPW_1UFoNcwObIGhLey9SO0u-1AXTNrzy0xg3E44ELiGZNOhZ17J9In0/s1600/Espa%25C3%25A7o_23_letreiro_2016.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="519" data-original-width="1600" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4GjRqDc4x6vloWxV8rstKI-oEeiqea0CQbokzSU7DBTKODAUbEzHEpv53G_ehlcXXuPYoRqsHoUI6Ghx_rSxHWPW_1UFoNcwObIGhLey9SO0u-1AXTNrzy0xg3E44ELiGZNOhZ17J9In0/s400/Espa%25C3%25A7o_23_letreiro_2016.jpg" width="400" id="id_e792_b105_70d8_ca5c" style="width: 400px; height: auto;"></a></div>
<span style="font-size: large;"><br></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
</div>
José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-50626908404844055012017-01-28T04:59:00.001-02:002021-10-20T16:19:08.245-03:00Musicoterapia é o melhor remédio<div class="separator" style="clear: both;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnGGpLsr8uNRkffKilPlMSPrj4BQaTKYa5z0gBTHPhwXZb4tmJzxoh_nUY4yPkS9BR6GIiI32irX17wLjDV6ArrcUW00VSsL_XYv9RZ6EK9I9mZoxei7EyqcMa-A3x7VI1DzT2ayIm_Jrx/s640/blogger-image-1279057914.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br /></div>
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnGGpLsr8uNRkffKilPlMSPrj4BQaTKYa5z0gBTHPhwXZb4tmJzxoh_nUY4yPkS9BR6GIiI32irX17wLjDV6ArrcUW00VSsL_XYv9RZ6EK9I9mZoxei7EyqcMa-A3x7VI1DzT2ayIm_Jrx/s640/blogger-image-1279057914.jpg" />S<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Se gostar deixe um comentário por favor. Obrigado</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCjzTZV0Zb-_D98qVJ1kuqC5DZsdp2vmvBtEPUHOWSe_Ujf8Vpy_sQBMz-w_haGj_kspkW5_D1Hf3OeprKDAQosZLZSG9jZwcTgLHHPPb2doIxw7DaMz5O3cGXlqqCFyIjKW1ivZC_XPJA/s1600/Espa%25C3%25A7o_23_letreiro_2016.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCjzTZV0Zb-_D98qVJ1kuqC5DZsdp2vmvBtEPUHOWSe_Ujf8Vpy_sQBMz-w_haGj_kspkW5_D1Hf3OeprKDAQosZLZSG9jZwcTgLHHPPb2doIxw7DaMz5O3cGXlqqCFyIjKW1ivZC_XPJA/s400/Espa%25C3%25A7o_23_letreiro_2016.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-87168384540822605442016-12-25T22:27:00.002-02:002023-04-25T13:04:53.718-03:00MUSICOTERAPIA PARA TODOS<div>
MUSICOTERAPIA PARA TODOS</div>
<div>
🎶🍂🍃🌸🎻🎶🍂🍃🌸🎶</div>
<div>
<br /></div>
<div>
www.espaco23.com. Tel. 4141.3846</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFwpIXACMkJ8D0W8-71gWN1v5ejqoAh1eVFuIiW8y00T5FfEtHlyG4ojJcvzs7aQktnTLiLDXHhl-1B-TBH4uahshH78y2PN2C5903aZdWWRU3tFtlruCyMbeesfaKoOeHqlvAwGcjKnLm/s640/blogger-image--383838642.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFwpIXACMkJ8D0W8-71gWN1v5ejqoAh1eVFuIiW8y00T5FfEtHlyG4ojJcvzs7aQktnTLiLDXHhl-1B-TBH4uahshH78y2PN2C5903aZdWWRU3tFtlruCyMbeesfaKoOeHqlvAwGcjKnLm/s640/blogger-image--383838642.jpg" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div>
A musicoterapia atualmente acolhe e ajuda um número cada vez maior de indicações em todas as faixas etárias. Na psiquiatria ou saúde mental, na reabilitação motora, nos mais diversos tipos de síndromes, a música há muitos anos vem contribuindo e proporcionando muitas aberturas e muitas alegrias. Pessoas com Alzheimer também se beneficiam muito com a musicoterapia. No autismo, nos transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, os resultados são maravilhosos. Enfim, são muitas as contribuições da musicoterapia no campo da saúde, mas o que tem chamado muito minha atenção é o fato de pessoas sem nenhuma indicação, digamos assim, médica, sem nenhum distúrbio aparente, estarem querendo conhecer os benefícios da musicoterapia, por exemplo, para se aproximar da música que esteve adormecida durante muito tempo e até mesmo bloqueada por motivos diversos. (A musicoterapia, diferente da educação musical, possui técnicas e atividades propícias para facilitar os desbloqueios.) Assim também, pessoas, tanto jovens como adultos, que passam a procurar a musicoterapia para contrapor o estresse diário. Os jovens ficam muito tensos com as cobranças da vida escolar, e os adultos encontram na musicoterapia um momento de bem-estar e reflexão através da música para continuarem seus caminhos regendo seus trabalhos, suas famílias, seus círculos sociais de maneira harmoniosa. A música com a musicoterapia tem a capacidade de harmonizar o indivíduo e o grupo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
José Henrique Nogueira</div>
<div>
Mestre em Educação Musical</div>
<div>
Musicoterapeuta<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large; text-align: center;"> Se gostar deixe um comentário por favor. Obrigado</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUNsmd1Did9zYuFjLpq9qmAVOPvJNs96uJKDU7tQWoxga29aoFpTc5qjjzabCPfqNUBK-jvapmK-wVA9BG7hBg8GjhRODpuFsPsfPIipSQygznHNuQqfxKeOCDvCDzerI7x_fPOyy6J8pX/s640/blogger-image-1973966800.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUNsmd1Did9zYuFjLpq9qmAVOPvJNs96uJKDU7tQWoxga29aoFpTc5qjjzabCPfqNUBK-jvapmK-wVA9BG7hBg8GjhRODpuFsPsfPIipSQygznHNuQqfxKeOCDvCDzerI7x_fPOyy6J8pX/s640/blogger-image-1973966800.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-24556383999053058542016-12-19T04:59:00.002-02:002023-08-19T04:49:26.454-03:00E agora? Qual instrumento meu filho irá tocar?<div class="s6" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;">
<span class="s8" style="line-height: 14.399999618530273px;"><span class="bumpedFont15" style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;">E agora? </span></span></div>
<div class="s6" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s8" style="line-height: 14.399999618530273px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px;">Qual instrumento tocar</span></span><span class="s8" style="line-height: 14.399999618530273px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.600000381469727px;">?</span></span></span></div>
<div class="s6" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;"><br /></span></div>
<div class="s6" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;"><img alt="" id="id_de53_64c4_6ff7_8c14" src="https://lh3.googleusercontent.com/-Cf0HG1qu2UA/WgYKl9-xZbI/AAAAAAAAU0k/5TUxX26AVLY_yGu_telDXnTTQZVcwgu-QCHMYCw/s5000/%255BUNSET%255D" style="height: auto; width: 353px;" title="" tooltip="" /></span></div>
<div class="s6" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;"><br /></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;"> </span><span class="s9" style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Uma das principais questões para quem matricula seu filho, ainda pequeno, na Iniciação Musical, ou Musicalização, é: </span></span><span class="s10" style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">em quanto tempo ele começará a </span></span><span class="s9" style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">tocar um instrumento específico?</span></span></div>
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Como se sabe, na Iniciação Musical, a proposta é pôr a criança em contato com a música, de forma orientada e criativa, através de vários instrumentos. Esse processo vai depender muito do desejo da criança e do olhar atento do professor, que poderá orientá-la a partir de suas observações em sala de aula. Porém, muitas outras questões surgem no decorrer desse processo, e tentarei resumi-las aqui.</span><br />
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">O primeiro detalhe a ser observado é o de que a criança e, muitas vezes, os pais não têm noção do caminho com regras, exercícios e tarefas que são exigidas quando se </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">escolhe um único instrumento para tocar. Não raramente e posso até afirmar que é justamente esse fator que leva a maioria das pessoas a desistir de continuar na aula do “seu instrumento”. </span></span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;">Além dos aspectos que facilitam o acesso à música, como o cultural/familiar, social e a habilidade corporal/motora e rítmica, é preciso ter desejo pela música, e perseverança para superar alguns obstáculos que aparecem. Para a maioria, um primeiro e pequeno sinal de dificuldade pode abalar a motivação. </span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Por isso, é fundamental o encontro com um bom condutor, ou professor - que se adeque ao espírito do aluno, que saiba motivá-lo e trazer a sabedoria para alcançar a música, seja em qualquer direção, seja em outro instrumento, não necessariamente o escolhido pelo aluno. As pessoas, incluindo as crianças, têm muitas atividades hoje em dia, e estudar música requer dedicação.</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">É claro, para um pequeno número de privilegiados, tocar um instrumento poderá parecer uma tarefa fácil. Vários aspectos contribuem para essa </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">performance</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">, que às vezes parece obra divina. Mas, para a maioria, a música chega </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">em</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> um tempo mais lento, pelo campo do prazer e não o da obrigação.</span></span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">É compreensível a ansiedade dos pais por resultados. No entanto, fazer pergunta</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">s</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">, até mesmo na presença do professor, como: “E aí tocou o que hoje?”, “Gostou da aula?”, “Você está gostando?”, “Já escolheu um instrumento?”, pode causar um embaraço que, em vez de aproximar, afasta. Eu também fui e ainda sou assim, com minha filha de 14 anos. Ela gosta da aula, gosta da professora, e é isso o que importa. Se ela vai tocar e </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">satisfazer</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> meu narcisismo de ter uma filha que toque imediatamente tem sido, para mim, uma boa reflexão que vai para além da música. </span></span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Costumo fazer uma analogia com a natação, que é na verdade uma brincadeira. Quando se aprende a nadar, ninguém leva a piscina para casa para treinar. A conquista se dá com o tempo </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">–</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">o tempo de cada um </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">–</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">, com paciência, sem cobranças, sem expectativas imediatas, pelo prazer de ir brincar com a música e de elaborá-la com alegria. </span></span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Há 25 anos trabalho com educação musical e há oito anos organizei o Espaço 23 para atender às diversas possibilidades, fantasias, interesses, curiosidades e desejos musicais. Nesse período, alguns passaram por aqui rapidamente, outros ficaram por um bom tempo e se foram pelos mais diversos motivos. E ainda há aqueles que estão </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">aqui há bastante tempo, construindo, brincando e elaborando a música.</span></span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Entre os motivos de desistência, além dos já mencionados antes, posso arriscar, com base nestes muitos anos ensinando e aprendendo a ensinar a gostar de música, está o fator tempo - a urgência e a pressão para aprender a tocar logo um instrumento, a sensação de que nada está acontecendo, já que a grande maioria dos alunos não toca em casa. Mas </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">esquecem</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> que tocam aqui no Espaço 23, que não é um espaço apenas de aprendizagem teórica, mas também de prática, de experimentação, de vivência e de escutar música. Aqui, no Espaço 23, a música tem uma função, ganha sentido, torna-se “visível”. A sensação de desânimo que aqueles que estão começando podem ter,</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">e até mesmo os que estudaram anos com afinco, é proveniente muitas vezes de uma questão básica que pode começar a ser explicada com uma pergunta: o que eu vou fazer com a música? </span></span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">A música é uma construção da humanidade e levou milhares de anos para sair do mais rústico bater de pedras até chegar a Beethoven, por exemplo. Essa linda evolução da humanidade em direção à música também se dá em nível individual. Somente aprender a tocar um instrumento não </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">resolve para muitos a questão do que vão fazer com a música. A mecanicidade, o exercício, a prática não garantem nem promovem a sensibilidade e a alegria de tocar. Essa descoberta vem com o tempo, com o tempo, com o tempo…</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span class="s12" style="line-height: 9.600000381469727px;"><span class="bumpedFont20" style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 19.200000762939453px;">A seguir, alguns comentários sobre o Espaço 23:</span></span></div>
<div class="s11" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-indent: 0px;">
<span class="s12" style="line-height: 9.600000381469727px;"><span class="bumpedFont20" style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 19.200000762939453px;"><br /></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Pedro </span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Notarorberto</span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">, 18 anos, desde </span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">2011</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Desde criança tive vontade de aprender a tocar um instrumento musical. Fiz aula em </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">locais referência</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> de ensino clássico de violão sem muito êxito, mas foi quando coloquei os pés no Espaço 23 que minha jornada realmente começou. O fato de não possuir uma obrigação de estudo diário fez com que a habilidade viesse com naturalidade. Isso claro sem contar o fato de que pude experimentar os mais diversos instrumentos até escolher um para me acomodar! Tive aula com vários professores (meu pai foi um deles)</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> mas</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> nenhum se compara ao José Henrique, com uma didática fenomenal.</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Paloma Moura, 16 anos, desde 2010</span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">]</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Entrei no Espaço 23 há mais ou menos cinco anos. Quando eu era pequena eu sempre quis tocar teclado e foi nesse Espaço que meu desejo foi realizado. No início, eu só sabia tocar nas teclas, sem saber exatamente o que eu estava </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">tocando. À medida que eu tinha aula eu me aperfeiçoava cada vez mais e hoje, em qualquer lugar que tenha teclado ou piano, eu consigo tocar qualquer música desde que eu tenha a cifra por perto. Tudo isso graças ao Espaço 23 e ao professor José Henrique.</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Gabi Nogueira, 13 anos, desde </span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">2010</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;">A minha história com o Zé começou na barriga da minha mãe, que ficava emocionada ouvindo o coral da Curiosa [Idade], que é regido por ele. Foi neste espaço que me apaixonei pela música, em todos os sentidos, assim foi fácil seguir o mestre no Espaço 23, um espaço com o jeitinho do professor, onde pude experimentar todos os sabores que a música pode nos dar. Obrigada, Zé, por despertar em mim a sensibilidade e a calmaria musical de que tanto preciso!</span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="background-color: rgba(255 , 255 , 255 , 0); line-height: 21.600000381469727px;"><br /></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Marcia Figueiredo, mãe da Duda, </span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">7</span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> anos, desde 2013</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">O mestre Zé Henrique tem uma proposta </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">superdiferente</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> no aprendizado da música. Ainda que a criança tenha um instrumento de preferência - como é o caso da minha Duda, que escolheu o violão</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">!,</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">há</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> sempre o contato com outros instrumentos, como a bateria, o teclado, a flauta e até mesmo o canto, gerando uma experiência completa neste incrível universo.</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Ricardo Pontes, pai do Francisco, 14 anos, desde </span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">2012</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Não tive dúvidas quando o meu filho mais velho, Francisco, hoje com 14 anos, começou a demonstrar interesse na música ainda com seis anos. Aliado às aulas de Educação Musical na sua escola, fiz questão de complementar os seus estudos no Espaço Musical 23 do José Henrique Nogueira.</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Lá, além do local privilegiado e cuidadosamente bem organizado, ele poderia ter um atendimento mais personalizado, com um profissional </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">superqualificado</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> e com experiência no trabalho com crianças, jovens, adultos e todos aqueles que tenham interesse em se aprofundar um pouco mais nesse mágico universo musical.</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">A possibilidade da aprendizagem de múltiplos instrumentos, o contato com outras crianças e jovens (em aulas com </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">2</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> ou 3 pessoas), além da sempre convidativa “canja com os pais” são outros fatores que tornam este espaço mais do que um “simples estúdio”, mas uma verdadeira comunidade de troca de experiências, rodeada de carinho, afeto, respeito e claro, MUITA MÚSICA BOA!</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> P</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">assados todos esses anos, meu filho cresceu e amadureceu muito musicalmente. O seu repertório expandiu em quantidade e, principalmente em qualidade indo dos Beatles a João Pernambuco, de Led </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Zepellin</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> a Cartola, apenas para citar alguns grandes artistas. </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Isso tudo é muito bacana, mas, acima de tudo e o mais importante, é que ele está tendo a oportunidade de vivenciar uma experiência musical única e que tenho certeza contribuirá para a sua formação não só enquanto músico</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> mas</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">, pr</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">incipalmente, enquanto cidadão. </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Salve o Espaço Musical 23! </span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Claudia Duarte, mãe do Mateus, 15 anos, desde </span></span><span class="s13" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">2012</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">O </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Espaco</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> 23 é um lugar que quando se entra dá vontade de ficar. Meu filho está nesse lindo trabalho </span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">há</span></span><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> um tempo que não sei contar. Não é disciplinado, não toca de forma virtuosa, mas é só alegria e vida essa experiência, É estar na música, tocar NELA. Passar por todo o processo. Ficar muito, muito a vontade no e com o ambiente. É isso. Uma linda e rica experiência sensória</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s14" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s15" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Letícia Leme, mãe do Pedro (</span></span><span class="s15" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">5</span></span><span class="s15" style="font-weight: bold; line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> anos), desde 2014</span></span></span></div>
<div class="s5" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: start;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">Nunca aprendi tanto sobre instrumentos quanto nesses </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">2</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;"> anos que Pedro frequentou o Espaço 23. Flautas, gaitas, </span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">metalofones</span></span><span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.600000381469727px;">, bateria, pandeiros, triângulo, contrabaixo e guitarra. É sempre uma novidade divertida e especial. Obrigada pelo espaço amigos do Espaço. Com muito carinho.</span></span></span></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); text-align: start;">
<span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;">Pedro, Letícia é Rogério.</span></div>
<div style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); text-align: start;">
<br />
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 13.5pt;">Barbara Kikkawa, mãe do João Pedro Kikkawa,
14 anos, desde 2014</span></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); line-height: 150%;">O Espaço 23 é um lugar
muito acolhedor e gostoso de estar. João já passou por alguns
instrumentos e hoje gosta de tocar teclado. Logo que entrou e começou
a aprender a tocar violão, eu pedia pra ele tocar em casa o que
estava aprendendo, fez isso poucas vezes, se sentia mais a vontade de
tocar quando estava no Espaço 23. Resolvi não forçar pra ele não
perder o interesse na aula. É uma aula que ele adora, se sente bem no
Espaço e com a forma como o Zé Henrique conduz</span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-size: 13.5pt; line-height: 150%;">.</span></div>
</div>
<div style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); text-align: start;">
<span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: start;">
<span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: start;">
<span class="s9" style="line-height: 10.800000190734863px;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></span></div>
José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-32357590686780474862016-08-04T14:40:00.002-03:002021-05-01T23:29:29.764-03:00Livro de Música da Fundação Roberto Marinho<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGbGM6gkTQ8YgnBNgq9vlDTq9JA4-P5t_lVtPX9S_fYslnC2ki5H7Oh20O5QybsZaX5A_0aC-A25SPqyg7Y2gxY8GBj6k-f92O_deJn-g5fiATrskuA-3tb1rpRBCdIVXX1PZKoBatQ3TA/s1600/IMG_3844.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw2kS8ee7b0vYuOI-9zYh_l0ZI2aR3Iqy_SSPgaqzLmvfsJ1QtsOtRO3nNAddqvPRN1OUvpH9JRWEQYVY0OvkA7Hqonm7p2-EEUvxh3SJPfiy9QTZcnvZZzBO1IrdTS_p9CcdrlAtbVI0j/s1600/digitalizar0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw2kS8ee7b0vYuOI-9zYh_l0ZI2aR3Iqy_SSPgaqzLmvfsJ1QtsOtRO3nNAddqvPRN1OUvpH9JRWEQYVY0OvkA7Hqonm7p2-EEUvxh3SJPfiy9QTZcnvZZzBO1IrdTS_p9CcdrlAtbVI0j/s640/digitalizar0001.jpg" width="470"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHGjly_oySmQol73843CVFKTaj7orOLd9hQFza4mRDzaeX8HXNOXsJps11QYihpawRXyXGi16GqDnInOjdXqabTWOWv1-ZuurQxt7lZUPZsI-VfuYhP7_s7K9Cd662i1uGgtTFe9o5qbfV/s1600/digitalizar0007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHGjly_oySmQol73843CVFKTaj7orOLd9hQFza4mRDzaeX8HXNOXsJps11QYihpawRXyXGi16GqDnInOjdXqabTWOWv1-ZuurQxt7lZUPZsI-VfuYhP7_s7K9Cd662i1uGgtTFe9o5qbfV/s640/digitalizar0007.jpg" width="460"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG1kEnj7PK2vwZN-WYWyrcLGJOv6Ik5Ezk6G_eC3_YEum-vVvCJ-4fxJNkTpb0ivDTJQgDjzTkK9AnGKARt8zSbqMCZpBdoU8Bj0WoftBofMIPZ65ackktCpwEMd2gxt81lWrjsoJ_Ra0K/s1600/digitalizar0002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG1kEnj7PK2vwZN-WYWyrcLGJOv6Ik5Ezk6G_eC3_YEum-vVvCJ-4fxJNkTpb0ivDTJQgDjzTkK9AnGKARt8zSbqMCZpBdoU8Bj0WoftBofMIPZ65ackktCpwEMd2gxt81lWrjsoJ_Ra0K/s640/digitalizar0002.jpg" width="470"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWiRkmzwEGJhYGnNPEmkA7NQbm3khx-pGCxfmwBerGX5YFWxHwaCwOyXDceVet5gq8H2UigHZeXPAaMgiMEErDAQOf3AATq9fwQmXuiRanvY5fm5Q_iOeh7Xp5zD1sqy5uoCLtbICnKvVo/s1600/digitalizar0003.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWiRkmzwEGJhYGnNPEmkA7NQbm3khx-pGCxfmwBerGX5YFWxHwaCwOyXDceVet5gq8H2UigHZeXPAaMgiMEErDAQOf3AATq9fwQmXuiRanvY5fm5Q_iOeh7Xp5zD1sqy5uoCLtbICnKvVo/s640/digitalizar0003.jpg" width="481"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<br>
<br>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuj17KW9nia8gKSxznh5EY9C1eZ9pANKYFdJUw7Q5xkVAmP41U8lYwYr2O4hjeVE1WAQMukZeMhdnbbf8DDI_KclQq9nwZdX5HUC_ZybDlYbzBb6q7fOpCDh4Cy8aJ0rnxM1s_w-oYdnqy/s1600/digitalizar0004.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuj17KW9nia8gKSxznh5EY9C1eZ9pANKYFdJUw7Q5xkVAmP41U8lYwYr2O4hjeVE1WAQMukZeMhdnbbf8DDI_KclQq9nwZdX5HUC_ZybDlYbzBb6q7fOpCDh4Cy8aJ0rnxM1s_w-oYdnqy/s640/digitalizar0004.jpg" width="486"></a></div>
<br>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi98OQ4IBwqGE_S-XAP_n4jL79RzdIT7A06LIFGaBKlVgpnIfmcHX5iFSTbEUodx6P-vIUwqvUzEM9kSjlWBUPLhDTvZKh48cQ45BlxySPy30d56SC9tOh8VuVnneV7t_dWuyJUC4pAWBWr/s1600/digitalizar0005.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi98OQ4IBwqGE_S-XAP_n4jL79RzdIT7A06LIFGaBKlVgpnIfmcHX5iFSTbEUodx6P-vIUwqvUzEM9kSjlWBUPLhDTvZKh48cQ45BlxySPy30d56SC9tOh8VuVnneV7t_dWuyJUC4pAWBWr/s640/digitalizar0005.jpg" width="466"></a></div>
<br>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGgjlsxYYgGsEBWeFSeD_iso-UOY_ned8asy7UpVtArPXugcT8TQgwI8ztAQhHn6Xzg3WXwdltdQZ2PqIb1pQ_kUUW3h2prULByz1s4q6bd-VCLxhNSIzWfgIQ64w037zZpJlmcoXJYlG-/s1600/digitalizar0006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGgjlsxYYgGsEBWeFSeD_iso-UOY_ned8asy7UpVtArPXugcT8TQgwI8ztAQhHn6Xzg3WXwdltdQZ2PqIb1pQ_kUUW3h2prULByz1s4q6bd-VCLxhNSIzWfgIQ64w037zZpJlmcoXJYlG-/s640/digitalizar0006.jpg" width="496"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYcuYMJm1izE7XtWPKk7pn5PUYYnhD-_fKw6rpLOind99x-QG0mrhzZKzLPu7X0MfSeeWSFrfBZACgXpOuO06YDnMCFq794oymEWOarI1hjM5lHEa8nT_pUMh12GkY_oxFQSAkqeBdIug_/s1600/digitalizar0008.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYcuYMJm1izE7XtWPKk7pn5PUYYnhD-_fKw6rpLOind99x-QG0mrhzZKzLPu7X0MfSeeWSFrfBZACgXpOuO06YDnMCFq794oymEWOarI1hjM5lHEa8nT_pUMh12GkY_oxFQSAkqeBdIug_/s640/digitalizar0008.jpg" width="442"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6BNLv1OdbqSUrKnFMpdiW-cc6yLHn7eI_Jyty9thR3Ffb31qz-UJV0mppnO8wfoptHPpjnNTnU0Eut_8pOnBMq0U6sbtGJqouTknYG21T3DaBfeeZ-mMbQJwP1a8F3l2tNH9wySLMscFq/s1600/digitalizar0009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6BNLv1OdbqSUrKnFMpdiW-cc6yLHn7eI_Jyty9thR3Ffb31qz-UJV0mppnO8wfoptHPpjnNTnU0Eut_8pOnBMq0U6sbtGJqouTknYG21T3DaBfeeZ-mMbQJwP1a8F3l2tNH9wySLMscFq/s640/digitalizar0009.jpg" width="468"></a></div>
<br>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZsngD_nNMeCp3K2XprZrTSa_TdNIu6UtVujYl62HZ8GbB-4rPbA5nP7i7S_dj7kzo0mFItiEtUPPs99Gq7cCKRIMVjWRFc3LUhCB5KSGzpF5pwrrGf0gNT6YDGJIJKC9QC6Prkqc4v83b/s1600/digitalizar0010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZsngD_nNMeCp3K2XprZrTSa_TdNIu6UtVujYl62HZ8GbB-4rPbA5nP7i7S_dj7kzo0mFItiEtUPPs99Gq7cCKRIMVjWRFc3LUhCB5KSGzpF5pwrrGf0gNT6YDGJIJKC9QC6Prkqc4v83b/s640/digitalizar0010.jpg" width="448"></a></div>
<br>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh48xnr2EM-1AR1adnTjwfzch9dTLnHWUjODvXe3fb_SLqMPTIH2MGZ7A2nOHn6wJ898aO5XbKCiMXwWAOCn0TQ7NQrLNctbsoE6YheN3KVvssMQax0GGbV0h3kKIVURbKv1FrDiSevbrw7/s1600/digitalizar0011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh48xnr2EM-1AR1adnTjwfzch9dTLnHWUjODvXe3fb_SLqMPTIH2MGZ7A2nOHn6wJ898aO5XbKCiMXwWAOCn0TQ7NQrLNctbsoE6YheN3KVvssMQax0GGbV0h3kKIVURbKv1FrDiSevbrw7/s640/digitalizar0011.jpg" width="476"></a></div>
<br>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvyxtuO2XAnK0EONGCGsAy8aF3LqDyoK85qeHzOtLyEKPwGN_xRiHFnJk90rqyixoa5JU0cxhgC1FoajtN-8ThY6uYAFJie7aQ11_Zn7V2vBJoz8l8iV8D5JFNyWw3APkUOHE5eDr7fJJ3/s1600/digitalizar0012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvyxtuO2XAnK0EONGCGsAy8aF3LqDyoK85qeHzOtLyEKPwGN_xRiHFnJk90rqyixoa5JU0cxhgC1FoajtN-8ThY6uYAFJie7aQ11_Zn7V2vBJoz8l8iV8D5JFNyWw3APkUOHE5eDr7fJJ3/s640/digitalizar0012.jpg" width="472"></a></div>
<br>
<br>
<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVsLT__7VdDqcj5XhP1yETHM_Q_ncC3dHlzNagbtd20SwMsriiStCBiiuNKEljnluw47jUrgXhKBb1eErHHKqfiKWz-YOqzgjrqbon_jNBz44-4i62ZZwxMQfQnYgSR55knl1pMbebRG6X/s1600/digitalizar0013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVsLT__7VdDqcj5XhP1yETHM_Q_ncC3dHlzNagbtd20SwMsriiStCBiiuNKEljnluw47jUrgXhKBb1eErHHKqfiKWz-YOqzgjrqbon_jNBz44-4i62ZZwxMQfQnYgSR55knl1pMbebRG6X/s640/digitalizar0013.jpg" width="442"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
José Henrique Nogueira é diretor do</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiSPDe1uSUWtSCCTAHuA-Z6MD48HCHsozXY3-bMxR0WLUD6915QkzfR-7dLNguVUuIe8zjaZa4R9r2gwO74DgNKYTsCLFTSj9PFqL5UR7JRwF5MyvZdB3Lgo1qHqhdlEeUwBApSnIn1Ywv/s1600/Espa%25C3%25A7o_23_letreiro_2016.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiSPDe1uSUWtSCCTAHuA-Z6MD48HCHsozXY3-bMxR0WLUD6915QkzfR-7dLNguVUuIe8zjaZa4R9r2gwO74DgNKYTsCLFTSj9PFqL5UR7JRwF5MyvZdB3Lgo1qHqhdlEeUwBApSnIn1Ywv/s640/Espa%25C3%25A7o_23_letreiro_2016.jpg" width="640"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGbGM6gkTQ8YgnBNgq9vlDTq9JA4-P5t_lVtPX9S_fYslnC2ki5H7Oh20O5QybsZaX5A_0aC-A25SPqyg7Y2gxY8GBj6k-f92O_deJn-g5fiATrskuA-3tb1rpRBCdIVXX1PZKoBatQ3TA/s1600/IMG_3844.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br></a>
José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-68380930287102904442016-02-16T13:54:00.001-02:002023-02-25T10:56:52.277-03:00O Ruído em Belle de Jour / Trilha sonora surrealista de Buñuel<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
O ruído em Belle de Jour</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Trilha sonora surrealista de Buñuel</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><img id="id_8593_5ce7_58b4_d0dd" src="https://lh4.googleusercontent.com/hoJcznit0Z8ZIA1JWt3eQ4q_n9xD7-JVHr215yOVzRd41oBt45tCcTMj_mHMfXufWVE" alt="" title="" tooltip="" style="width: 392px; height: auto;"><br><br></div></div></div></div><div class="separator" style="clear: both;"><br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
José Henrique Nogueira</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Mestre em Educação Musical</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Musicoterapeuta</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Buñuel é um expoente do surrealismo no cinema – os sonhos de Catherine Deneuve interpretando a personagem Séverine no filme Belle de Jour (A Bela da Tarde), expondo de maneira poética seus sentimentos lascivos, sádicos, líricos ou mesmo bizarros, revelam muito mais detalhes do que pretendo aqui descrever. O movimento surrealista tinha a obra de Freud como fonte de inspiração. A busca pela interpretação do inconsciente (fantasias, sonhos e devaneios) no cinema e nas artes visuais, com Buñuel, Dali, Miró, entre outros, era um dos grandes temas dos anos 1960. André Breton dizia que Freud foi o responsável por trazer à luz aquela parte do nosso universo mental à qual “fingíamos” não estar conectados. </div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Uma escuta mais atenta possibilitará perceber que não há melodia ao longo da película, só ruídos. Os ruídos acompanham as imagens em todos os momentos, principalmente nos sonhos. A ficha técnica do filme apresenta os nomes de Pierre Davoust, René Longuet como técnicos responsáveis pela edição e gravação da trilha sonora, porém, é de se presumir que Buñuel foi quem decidiu não colocar música no filme, para potencializar a trama e também por uma questão estética surrealista.</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Buñuel tinha possivelmente muitos amigos ligados à música contemporânea na França. Na época em que foi lançado o filme, 1967, a música concreta, estilo que utiliza a realidade dos fenômenos sonoros, que valoriza os ruídos, apresentando uma nova estética musical, há pelo menos 15 anos já era uma realidade no mundo das artes. Vários compositores tais como: Pirre Schaefer, Pierre Henry, entre muitos outros, tornaram Paris a vanguarda da música concreta. Composições nesse estilo consideradas marcos de uma época são: “Études de bruits “estudo dos ruídos” (1948) de Pierre Schaffer; “Le voile d'Orphee II”, de Pierre Henry. A trilha sonora do filme A Bela da Tarde pode ser pensada como uma ideia contemporânea de música, seus ruídos muito bem gravados participam das cenas nos levando a uma interação “concreta” com o enredo. </div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
A música eventualmente traz à memória imagens variadas, boas e más recordações, grandes amores, férias inesquecíveis. Músicas que continuamos a cantar por toda vida e que de alguma forma fazem parte de nós. No entanto, Freud não fala da música, como é sabido, e há muitas explicações, divagações e até mesmo críticas sobre essa, digamos assim, lacuna em sua obra. Particularmente, gosto do argumento de um amigo que diz: - Freud não teve tempo para falar sobre a arte musical.</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Mas o ruído esteve presente em sua obra: o ruído, aquele que interfere, que é um agente provocador de uma fantasia. Sugere a possibilidade cênica de uma escuta sigilosa, do silêncio ruidoso que acompanha a atenção minuciosa aos sussurros ocasionais. O ruído escutado passa a ser o significante, uma imagem acústica, que também é, segundo Freud, a história, a lenda dos pais, dos avós, do ancestral. O ruído secreto que a criança escuta temendo revelar sua presença.</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
A importância do ruído nas fantasias é abordada por Freud em alguns de seus textos. Num deles, relata o caso da Emmy Von N., uma senhora com aproximadamente quarenta anos. Ela passou a se incomodar com os ruídos depois de ter de permanecer em silêncio, imóvel, ao lado da cama em que a filha se encontrava enferma. A partir daí, os sons passaram a contribuir nos seus sintomas. "Pode-se ainda presumir que foi seu horror ao ruído produzido contra sua vontade que tornou traumático aquele momento e fixou o ruído em si como um sintoma mnêmico somático de toda a cena. </div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Num outro texto, de 1915, sua paciente, na cama com seu amante, afirma ter se assustado “com um ruído, uma espécie de pancada ou estalido, vindo da escrivaninha, junto à janela”. A partir do ruído e somado ao fato de ter visto, ao sair da casa, um indivíduo carregando uma pequena caixa, ela passou a ficar preocupada com a possibilidade de a caixa ser uma máquina fotográfica. Criou então a fantasia de ter sido fotografada em flagrante com seu amante. Freud vê ,nesse caso, o ruído como o disparador de toda a cena. "O ruído acidental, assim, desempenhou meramente o papel de um fator provocador que ativou a fantasia típica de estar sendo ouvida sem saber.”</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Para quem não percebeu, a trilha sonora no filme Belle de Jour, para este ela, a trilha, cumpriu seu objetivo, interferindo de maneira subliminar, intensificando as imagens, o roteiro, as interpretações. Ela fez parte do conjunto de informações sensoriais que só o cinema é capaz de oferecer. Os ruídos incidentais, imprevisíveis, ocultos, que percorrem as cenas, como o som de carruagem, miados de gatos, sinos, mugidos, vários ambientes sonoros (cidade, campo, burburinhos, etc.), fazem parte do cotidiano, da mesma forma que a história de Kessel levada para o cinema por Buñuel também faz. A Bela da Tarde é um filme repleto de detalhes que merecem sempre muita atenção. Espero ter contribuído para despertar a curiosidade de assistir novamente esse filme e conferir o quanto ele continua ruidosamente atual e belo.</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
Fragmento do trabalho realizado na formação em psicanálise</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
no Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro / 2006</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<br></div>
José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-67838677476067819062015-04-19T10:14:00.002-03:002021-05-01T23:48:37.613-03:00Vai dar certo - Gonna be allrightClick on link bellow<br />
<br />
https://soundcloud.com/jose-henrique-nogueira/vai-dar-certo<a href="https://soundcloud.com/jose-henrique-nogueira/vai-dar-certo">Vai dar certo</a><br />
<br />
<br /><br />José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-76653733885852087202009-08-02T23:17:00.000-03:002009-08-04T07:13:43.814-03:00O Petróleo tem que ser nosso. A última fronteira.<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN2LRBkn7eFG-pRHeRwlBsa9nwPc7pZ3JEjGgQAq1pcanBJHCvlNMAOU2AUOsVPuj6dfNCp6tCbdFYhoSLryIds7VW1tfUWQ2UoMs0nPoSiEDQnVUTnH6z18lwVx3dJB0zOfkJ6DNL_32k/s1600-h/lancamento_oden_frente.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 213px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN2LRBkn7eFG-pRHeRwlBsa9nwPc7pZ3JEjGgQAq1pcanBJHCvlNMAOU2AUOsVPuj6dfNCp6tCbdFYhoSLryIds7VW1tfUWQ2UoMs0nPoSiEDQnVUTnH6z18lwVx3dJB0zOfkJ6DNL_32k/s320/lancamento_oden_frente.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365699678287971602" border="0" /></a><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="font-size:130%;"><span style="color: rgb(102, 0, 0);font-family:times new roman;" > <span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">Fiquei muito feliz com convite para musicar e fazer a direção musical do documentário:</span><span style="color: rgb(255, 204, 0);"> </span><span style="color: rgb(153, 0, 0);"><span style="color: rgb(255, 204, 0);">O Petróleo tem que ser nosso - A última fronteira</span>,</span> <span style="color: rgb(255, 255, 255);">dirigido</span></span></span><span style="color: rgb(255, 255, 255);font-family:times new roman;" > por</span></span><span style="color: rgb(102, 0, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:130%;" ><span style="font-family:times new roman;"> <span style="color: rgb(255, 204, 0);">Peter Cordenonsi</span><span style="color: rgb(255, 204, 0);">.</span> </span></span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:times new roman;">Ele conseguiu fazer com que uma hora de relatos, argumentos, críticas, ideias e sugestões sobre o mesmo assunto se transformasse em algo bom de assistir, num documentário emocionante que ainda ofereceu a possibilidade de informar, elucidar pontos até então bastante obscuros sobre esta questão.</span></span></span></span></span><br /><br /><br /><a style="color: rgb(0, 0, 0);" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0O27ObEZQp6ZPhkdOTpc_MSiLUOmMml_0RFhOS_Vk060GDOzyg5vfPuExlcgaPFSFkQRcH3b9fu8K_HBayyDTyF2m8bOL4Zz1ELBRSWSoKUV9lmlwTpBZEFarKj88COVmmYHoZMmVVyAA/s1600-h/lancamento_oden_lotado.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 322px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0O27ObEZQp6ZPhkdOTpc_MSiLUOmMml_0RFhOS_Vk060GDOzyg5vfPuExlcgaPFSFkQRcH3b9fu8K_HBayyDTyF2m8bOL4Zz1ELBRSWSoKUV9lmlwTpBZEFarKj88COVmmYHoZMmVVyAA/s320/lancamento_oden_lotado.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365699682699181474" border="0" /></a><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(102, 0, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:verdana;"> <span style="font-size:130%;"><span style="font-family:times new roman;"><span style="color: rgb(255, 255, 255);"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">A música num filme deve soar de forma sutilmente percebida</span>. E assim está sendo neste documentário. As músicas participaram junto das imagens sem interferir, sem serem percebidas, mas com certeza participaram da emoção demonstrada pela plateia. Parabéns ao Peter e aos produtores do evento a</span> </span></span></span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:times new roman;font-size:130%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">Sindipetro-RJ, AEPET, FNP (Frente Nacional dos Petroleiros, MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e uma série de outras entidades da sociedade brasileira,que investiram neste projeto. Abaixo segue a música do documentário</span>.</span><br /></span><br /><a style="color: rgb(0, 0, 0);" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBCp6PiUkCDa26p-r5dTQDxA-uwKVtolsWIibsBq1U4sNcGJipt6iNqLBP3qewt8-X3Z7IAVMa4s2Y2q0X4lKOddekGc2rPxRKe-gK4I2cxp1458ACTqGUg_255N-fWgM7pqvzoWR3sVZ6/s1600-h/C%C3%B3pia+de+vaidarcertoJPG.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 349px; height: 490px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBCp6PiUkCDa26p-r5dTQDxA-uwKVtolsWIibsBq1U4sNcGJipt6iNqLBP3qewt8-X3Z7IAVMa4s2Y2q0X4lKOddekGc2rPxRKe-gK4I2cxp1458ACTqGUg_255N-fWgM7pqvzoWR3sVZ6/s320/C%C3%B3pia+de+vaidarcertoJPG.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365699683341353826" border="0" /></a><br /></div><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;font-family:georgia;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:times new roman;"></span></span></span><span style=";font-family:times new roman;font-size:130%;" ><br /></span></div>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6147687991476192240.post-36013939608198850652008-12-19T05:34:00.001-02:002023-02-07T20:18:42.789-03:00Aula de Música / L. C. Csekö<div align="center">O professor Luis Carlos Csekö é um amigo, e fico muito feliz em deixar minha filha sob seus cuidados musicais. Em meio a pratos, tambores, queixadas, berra-bois, caxixis, ganzás, entre outros...As crianças vão adquirindo contato de forma organizada e direcionada com aquilo que elas gostam muito de fazer: Som.
Fazer som, é oferecer as crianças a oportunidade de realizar seus desejos sonoros e </div><div align="center">consequentemente inspiração para lidar com a vida. </div>
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281405842106326322" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPy42IImiZGRAwPORYTjyam4PguGi6ZIQBCGqVRF6EAvol-XWmiEBvEdLkPEj0qa1xus3lAkoPKPvwySQr2VVw_4uvo3IEQErCRJ1ch1aCpsuG3TnU1qIhV5MXIuUJe6Uj9a2av8U-P1I8/s400/DSC_0283copy.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 266px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 403px;" />
<div align="center">Os pais participaram da oficina na Pro-Arte encerrando mais um ano de atividades. </div>
<div align="center">Sempre há tempo para descobertas.
</div><div align="center"></div><div align="center"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281665295598878946" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2l5Ic_dY_pQi-qgxzf-VX3NgbwQJKLtSJlse2E4gUvrZCPaqPxzrzbbNXavNuI_DKQk3EOA1Q3jp5ZV141hlixzA9obeLBt70L0hqz0OWppa_ZExGm_6BX7uXfVKhJ854Hi-6lP2cb9hU/s320/DSC_0292.JPG" style="display: block; height: 213px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></div><div align="center"></div><div align="center">
Energia no trabalho.
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSrLzXZd7gKG08lHjO_bZGuYc1VUctsz7TdI4d9ImqS89KHAUoGLbtdV23AspqZtQWlKKzgNioFSi3sffJzI384gFf5pBWdDgDpKntglGQY6D4xynGc5bU1JuJT4JpSstSCVhTZOrgzVlN/s1600-h/DSC_0284copy.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281664382126073122" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSrLzXZd7gKG08lHjO_bZGuYc1VUctsz7TdI4d9ImqS89KHAUoGLbtdV23AspqZtQWlKKzgNioFSi3sffJzI384gFf5pBWdDgDpKntglGQY6D4xynGc5bU1JuJT4JpSstSCVhTZOrgzVlN/s320/DSC_0284copy.jpg" style="display: block; height: 213px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a>
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281664362960512258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqV1ipn59bwtCok2xYKrf4xek79UH3ei5lsLA6DOKticR-pts_1vJlzHMgdKpZJNaQJLCAI42T1zj-7UioeqXlt4iYf6d43wO9hBIIZ-PNvyFmFk_kLWRcw4uZi2lM1HatnNcaztSOIg8O/s320/DSC_0125copy.jpg" style="display: block; height: 213px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" />
</div><div align="center"><span style="font-size: 78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-size: 78%;">Máquina: Nikon 70 S / Lente Nikon ED 80-200mm 1:28 D
</span><div style="text-align: justify;"></div></div>José Henrique Nogueira http://www.blogger.com/profile/00849016783539272326noreply@blogger.com1